17- Umbanda: 70% Prática, 30% Teoria

 

Foto de TUO CPB RJ.

Umbanda: 70% Prática, 30%Teoria

Radicalismo por parte de Matta e Silva?

Certamente que não! Radicalismo mesmo é o indivíduo que detona a fé de pessoas de boa fé. E o preço que se paga é alto demais.

Cada qual faz a maluquice que bem entende. Contudo, no momento em que se denominam delírios psicopatológicos de Umbanda, certamente isso não passará em branco.

Pois uma coisa é sustentar à filosofia de uma religião com a centralidade na fundamentação Relígio-Científica e, a partir dessa visão, definir positivamente os aspectos da magia, da mediunidade, das Hierarquias Constituídas na Lei de Umbanda, do estudo de suas raízes históricas avaliando-se o contexto histórico-social a partir de uma positiva orientação ou suporte espiritual, avaliando-se por seu turno, todo o impacto que isso tudo deflagra no contexto atual da sociedade em que vivemos. Isso, Matta e Silva fez com simplicidade e conhecimento de causa.

Outra coisa, é querer falar de antropologia cultural, de história ou de sociologia, analisando a partir de perspectivas unilaterais todo o Movimento da Umbanda dita como Esotérica e, tentar reduzi-la à chavões ou nomenclaturas próprias das Ciências Sociais, no sentido de dar credibilidade à teorias que são unicamente oriundas de mentes férteis e infantis.

Quando Matta e Silva diz que a "Umbanda é, A Lei Revelada", isto significa que, ela vem por cima e naturalmente por fora, de todo o macrossistema constituído pelas ideologias humanas, que no caso da Umbanda, são sobremaneira pautadas na cultura de massa, que infelizmente é reproduzida pelos que se dizem sucessores ou mantenedores da obra de Matta e Silva.

Todavia, a questão que parece surgir neste momento, não é tanto sobre o que foi revelado por Matta e Silva, mas, o que de fato e de direito, foi convertido em ação concreta pelos indivíduos que dizem seguir às suas orientações.

Pois, sabe-se que, para se estruturar ou se constituir positivamente um corpo organizado de conhecimentos em qualquer campo do saber, para daí o indivíduo criar uma referência interna, de modo que ela o capacite a lidar com situações complexas dentro de um cenário dinâmico e, por vezes instável, e assim tomar às melhores decisões, necessita-se de uma prática sistematizada (neste caso, que integre às experiências individuais com os Princípios Espirituais verdadeiros) sob uma orientação competente. E o mesmo não é diferente na Umbanda.

A tese que preconiza a Umbanda Esotérica como ultrapassada é profundamente questionável. Especialmente, pela discrepância acentuada que se verifica entre, o ler as obras e o domínio prático do que foi lido dentro de uma orientação interna espiritual positiva, isto é, com o indivíduo consciente do caminho que de fato está trilhando.

Acreditamos que quando Matta e Silva fala que ele é 30% teoria e 70% prática, ele nos fala também que a transformação da consciência, mediante à aplicação correta dos ensinamentos, só ocorre quando o indivíduo sai da sua sala de leitura para viver o conhecimento e assim entrar em unidade com ele, o que em nossos tempos, dentro de uma autêntica via iniciática, não raro, é feito com suor e lágrimas, demandando muita paciência, fé e confiança inabalável no Astral Superior.

A obra de Matta e Silva é composta por nove livros. Todavia, não se enganem!!! A transformação da teoria que nela está compactada em domínio prático, mediante à uma efetiva formação espiritual, é ainda um caminho muito longo para toda a coletividade, dita como seguidora da Umbanda Esotérica digerir.

Por isso, quanto aos novos tempos na Umbanda Esotérica, eles ainda parecem aguardar maiores demonstrações de crescimento e humildade por parte de nossa coletividade umbandista.

 

Santa Paz

 

Tarso Bastos