Espíritos Elementares na Umbanda

 

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Espíritos Elementares na visão da Umbanda Esotérica

                                                                   por Yacyamara (neta de Yapacani)

 

Para que o espírito encarnasse no Planeta, foi necessário que tivesse o veículo apropriado. Esse veículo apropriado é o corpo astral que serve como uma espécie de “molde” para o corpo físico.

 

Para a constituição e organização deste corpo, foi necessário passar por adaptações e preparo com a natureza eletromagnética da Terra. Esse preparo foi feito através dos reinos mineral, vegetal, animal e daí até o reino hominal.

 

Enquanto cumprem essa preparação são chamados Espíritos Elementares, também conhecidos por Espíritos da Natureza.

 

Em alguns segmentos são chamados Espíritos Elementais, em uma referência aos elementos (AR, FOGO, ÁGUA, TERRA). Em outros, como aqui na Umbanda Esotérica, são chamados Espíritos Elementares, pois a palavra ELEMENTAR expressa aquilo que denominamos de básico, já que estão em seus primeiros estágios no planeta. Ainda não participaram de nenhuma encarnação; são espíritos cumprindo ciclos de evolução ou de preparação.

 

Para a Umbanda Esotérica, Elementais não são espíritos reais, são formas-pensamento, ou seja, são vibrações do pensamento que se atraem, tomando determinadas formas, constituídos pela qualidade dos pensamentos emitidos.

 

Independente do nome com que são conhecidos, os Elementares são seres sempre presentes na Natureza. Sua existência é constatada por muitos e ignorada pela maioria.

 

O homem não percebe a dimensão existencial destes seres porque seus sentidos, sua percepção física é insuficiente, não adequada à outra realidade, que não a realidade física.

 

Encontramos referência aos Espíritos Elementares na Wicca, no Martinismo, na Teosofia, na Sociedade Rosa Cruz, nas literaturas de Papus, Eliphas Levi, Paracelso, etc. Também no Espiritismo, encontramos o seguinte texto no Livro dos Espíritos:

“Compreendemos então que existem "princípios inteligentes" que auxiliam no controle dos fenômenos da natureza, sob a supervisão de espíritos mais elevados.

Na escala da evolução eles estariam entre a fase animal e a hominal.”

 

 

Os Espíritos Elementares vivem da natureza astral até se ligarem à condição humana, sendo espíritos, em essência, como nós, eternos, faltando-lhes somente a experiência no mundo humano.

 

Isso implica dizer que grande parte da humanidade já foi um dia um Espírito Elementar, pois antes da chegada ao estágio atual, foi necessário o ingresso no sistema evolutivo do planeta, através desses reinos, a fim de que houvesse a adequada imantação dos elementos vibratórios e propriedades dos minerais, vegetais e animais a fim de formar suas linhas de força, os chakras e o próprio corpo-astral, pois sem esse, não seria possível a encarnação.

 

Neste estágio de adaptações e preparo para a constituição e organização do corpo astral, o espírito já tinha os primeiros elementos simples dos canais de sua inteligência e de suas primeiras sensações, surgindo o corpo mental.  Esse corpo mental recebeu as impressões do espírito e se tornou o veículo de propagação para toda natureza exterior. Dessa fase é que passou para a propagação do pensamento.

 

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Ao longo dos milênios, o espírito foi agregando sobre si mesmo, vários elementos da natureza. Ao estagiar no reino mineral, imantou os processos coesivos e estruturais e os elementos necessários à constituição do sistema ósseo.

 

Ele não incorporou os elementos formativos próprios que se densificam, endurecem ou cristalizam como rocha ou pedra, cristal ou diamante ou outro mineral qualquer. Apenas sorveu, aspirou os elementos desse reinos, sem com isso ser o próprio elemento.

 

No reino vegetal imantou os elementos necessários à formação da sensibilidade e funções importantes para a futura organização física.

 

No reino animal agrega as funções instintivas, automáticas e mecânicas. Absorve as experiências dos vários filos animais, dos mais simples aos mais complexos.

 

Certamente ele não encarnou em cada animal, pedra ou árvore, e nem sequer ficou a seu lado. Imantou dos reinos os elementos necessários às suas próprias experiências e necessidades, ou seja, se apropriou da energia peculiar a cada um desses reinos, passando a sentir em torno de si a aglutinação de certos elementos que começam a lhe dar forma e certos contornos,  produzindo nele uma série de sensações e também vibrando segundo suas próprias impressões.

 

Participa indiretamente da vida instintiva dos animais, através das ondulações vibratórias de suas sensações, das correntes eletromagnéticas que lhes mantêm a vida orgânica.

 

Na espécie animal de pêlo, por via do contato vibratório com o elemento sangüíneo, passa por todas as sensações instintivas.

 

Na passagem pelos reinos, principalmente no reino animal, o espírito demora muito tempo, por essa razão é que a idade de certos animais é longa, justamente para dar o tempo necessário ao espírito, no aprimoramento ou na manifestação de certa classe de sensações em relação com o elemento sanguíneo.

 

Nesta fase possui o corpo astral já bastante adiantado, porém necessitando complementá-lo ainda mais, sensibilizando seus chakras, especialmente o laríngeo, o qual comanda as cordas vocais, é então encaminhado à espécie animal de pena, como a última etapa de sua passagem por esse reino animal.

 

O chakra laríngeo dos animais de pelo não passou pela fase rudimentar em que se encontra até hoje, por essa razão os sons que emitem são grosseiros, primam pela falta de variação e de harmonia.

 

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Nos animais de pena, quase todos apresentam uma variação infinita de sons, ricos de harmonia, melodia e beleza, sinal de que o chakra laríngeo neles já se encontra adiantadíssimo, quase pronto para os primeiros ensaios no setor do som articulado, ou seja, da palavra. Exemplo disse é o papagaio que consegue formular palavras e até frases, quando ensinados pelos humanos.

 

Nessa altura, já possui um corpo astral melhor delineado, embora rústico, e impregnado de vibrações e sensações variadas e confusas. Já possui sensibilidade e instinto, sendo necessário proceder sobre ele a revitalização, o equilíbrio e aprimoramento do seu sistema de chakras.

 

Nessa fase iniciam o último estágio com as forças da natureza situadas na órbita vibratória das cachoeiras, matas, pedreiras, mares, praia, campos, rios, etc., onde aperfeiçoarão e darão formas belas e humanas aos seus Corpos Astrais.

 

Nesta fase são chamados de Elementares Superiores, agrupando-se em quatro classes, de acordo com os campos magnéticos em que militam, adquirindo dessas mesmas vibrações, as qualidades que os caracterizam, como sejam:

 

  • Elementares do AR quando estagiarem no conhecimento de certos elementos expansivos;
  • Elementares do FOGO quando estagiarem no conhecimento dos elementos ígneos;
  • Elementares da água quando estagiarem no conhecimento dos líquidos;
  • Elementares da terra quando estagiarem no conhecimento dos elementos sólidos.

 

Os espíritos Elementares formam-se em coletividades dentro de seus vários estágios de evolução e tudo fazem para constituir um karma próprio. Eles se integram no movimento mágico da Corrente Astral de Umbanda, por lhes oferecer amplos meios de contato e trabalho nessa trajetória evolutiva, pois entram em constante relação com o elemento humano, e isso para eles é de vital importância.

 

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Na Umbanda, através de certas operações da magia-branca, é facultada aos espíritos elementares, intensa atividade que lhes traz benefícios diversos.  Eles atendem a certos sinais da Lei de Pemba, bem como a sons básicos da própria Natureza, que devem ser movimentados por quem saiba fazê-lo.

“ Vemos a forma progredir com os instintos até à inteligência e à beleza;são os esforços da Luz atraída pelos atrativos do espírito, é o mistério da geração progressiva e universal”.

                                                                                                    Matta e Silva

  

Fontes Bibliográficas:

MATTA E SILVA. W.W. Umbanda de Todos Nós (a lei revelada). 2ª ed. Retificada, Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1960.

MATTA E SILVA. W.W.  Umbanda e o Poder da Mediunidade. 2ª ed. revista e aumentada, Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1978.