Pode oração de bode preto na Raiz de Guiné?
Rio de Janeiro, 21 de maio de 2017
Infelizmente,este tipo de pergunta ainda se faz comumente presente na chamada "Umbanda Esotérica" e, até mesmo na Raiz de Guiné, sendo um importante indício do quadro de confusão e de profundo distanciamento que ela tomou, frente ao que foi de fato e de direito postulado por W. W. da Matta e Silva.
Esta questão foi levantada no livro de visitas do site umbandadobrasil.
Foi respondido que, seguramente, esse tipo de ritual descrito nunca foi de modo algum usado por Matta e Silva, em especial, porque, por força do movimento que se processava da Corrente Astral de Umbanda para o plano físico, com consequente repercussão e desdobramento no próprio plano astral, ele, Matta e Silva passou a naturalmente selecionar valores, para compor aquilo que ele denominou de UMBANDA ESOTÉRICA. Contudo, seguramente também, infelizmente, grande parte dessa “Umbanda Esotérica” que é propagada atualmente, particularmente por via das redes sociais distanciou-se em extensão e profundidade daquela que de fato e de direito era postulada e colocada em prática por Matta e Silva – desde à TUO de Pavuna até os derradeiros momentos na TUO de Itacuruça.
E esse distanciamento do qual falamos, invariavelmente contribuiu para um quadro de fragmentação, não na estrutura Astral da dita Umbanda Esotérica, mas, na forma de concebê-la, justamente, por força de questões semelhantes a essa que nos foi trazida dentro de um justo questionamento, que como tantas e tantas outras chegam até nós, as quais somadas, terminam por multiplicar um quadro de confusão interminável, que assim se perpetua com as mesmas questões essencialmente abordadas no passado pelo velho Matta, mas que infelizmente, passam a se infiltrar, se camuflar e se integrar, para daí, assumir a roupagem da própria “Umbanda Esotérica” que neste caso, em relação à originalmente concebida por Matta e Silva, passa a ser colocada entre aspas.
Eis a contradição: a UMBANDA ESOTÉRICA que foi usada como ferramenta de trabalho para justamente retificar os evolutivos afetados pela dita confusão promovida pelo atavismo dentro do movimento umbandista, passou com o tempo à patrociná-lo sob a capa dos ensinamentos de Matta e Silva recebendo dessa forma as ditas aspas: " Umbanda Esotérica" como sinônimo de confusão, distorção, embaralhamento...
No passado fora dito que o movimento umbandista era semelhante à um condomínio sem síndico. O mesmo cenário passou a ser configurado na “Umbanda Esotérica”, cuja pecha de elitista constantemente atribuída por vários de seus críticos, passou a dar lugar à um quadro de desfalecimento crônico dos valores pelos quais o velho Matta tanto lutou em vida para restaurar no movimento umbandista.
Por via desse cenário de abandono, descuido e deterioração desses valores que Matta e Silva usou para arregimentar à UMBANDA ESOTÉRICA, é que temos usado o termo RAIZ DE GUINÉ, pois de certo, que muitos fazem a dita “Umbanda Esotérica” de modo que o esotérico em muitos casos é entendido pela mesclagem rito-litúrgica da Umbanda com elementos da Maçonaria, da Rosa Cruz, da Teosofia, da dita “Umbanda Iniciática” e suas derivações e sub-derivações (cada vez mais confusas diga-se de passagem) com as coisas comumente usadas num terreiro de Umbanda. Contudo, raros são aqueles, ainda que muitas vezes qualificados como ortodoxos, elitistas ou de sujeitos obsoletos e presos à letra morta, que procuram conceber e praticar à velha RAIZ de Pai Guiné, não porque sejam melhores do que os demais, mas porque tem lutado todos os dias consigo mesmos em não fazer da RAIZ uma extensão de seus egos...
Os maiores deturpadores da UMBANDA ESOTÉRICA não são os irmãos oriundos de outros rebanhos da Casa do PAI, que em muitos casos, insurgem com críticas e preconceitos vários... eles são justamente aqueles que atuam dentro da Raiz, usando de seu nome, de suas coisas, de suas Entidades para fazer dela uma extensão de si mesmos.
Santa Paz
Tarso Bastos