Umbanda Esotérica "ratificada": trata-se de uma "forma" sem conteúdo
Rio de Janeiro, 25 de Maio de 2016.
"Falsos e hipócritas são aqueles que tudo fazem com palavras, mas na realidade nada fazem." (Demócrito)
Ao ultrapassar o frágil plano de toda uma verborragia pseudo-técnica com uma retórica que se perde no plano dos epifenômenos, e que assim diz que "faz e acontece" e dessa forma, clama por um reconhecimento que talvez jamais ocorra, pode-se constatar que decerto, ao se pregar sobre uma "ratificação" da Umbanda Esotérica, vemos que sob um olhar mais sereno e cuidadoso, nada realmente é dito segundo a essencialidade do Plano Relígio-Científico que fundamenta a iniciação na Lei de Umbanda. Portanto, pode-se apreciar a partir das lentes deixadas pela visão hermética de Matta e Silva, que ainda sobrevive no coração de alguns: como um único vídeo, precariamente produzido, editado, e rodado em pouco tempo, com um singelo depoimento, fora capaz de responder de uma só vez, mais de 600 publicações cuidadosamente estruturadas, todavia insubstanciais, ocas e sem referências iniciáticas adequadas em todos os sentidos, quando se fala de Matta e Silva e sobre a Umbanda Esotérica.
Um dos problemas que emergem na Umbanda Esotérica atual é a típica confusão elitista entre forma e conteúdo, sobretudo no comportamento daqueles que seguem tentando "ratificar" à Umbanda Esotérica.
Usamos o termo "tentando" e colocamos o "ratificar" assim, entre aspas, porque desde 1996, mais ou menos, a Umbanda Esotérica tem sido anunciada insistentemente como; "ratificada", "refundida", "retificada", "repaginada", "reeditada", "atualizada", "modificada", "reestruturada" em suma, todavia SEM MUITO SUCESSO, dentro de uma insistente repetição que parece não ter fim e que não se converteu de fato, em facticidade Religío-Científica pela doutrina secreta da Umbanda, por dentro dos reais fundamentos deixados por Matta e Silva.
Deve ser exatamente por isso, que todo ano a Umbanda Esotérica é sempre anunciada como "refundida", pois não houve até o momento sucesso algum, inteligência (se pela Psicologia temos o conceito de múltiplas inteligências ainda em estudo, que dirá o patamar da Inteligência Espiritual ainda desconhecido) ou capacidade moral-espiritual para mudá-la.
Este fato nos mostra também um interessante fenômeno: quando dizem que Matta e Silva foi elitista, estes que assim conceituam, estão simplesmente projetando no velho Matta a sua própria natureza hipócrita de elitistas de berço. Já que a dita confusão elitista entre forma e conteúdo, traz o diagnóstico de que; embora suas teses sejam patenteadas com o verniz da ciência, dispostas em uma versão acadêmica, ostentada por mestrados e doutorados nas Ciências das Religiões, com toda pompa do " somos doutores e não discutimos com o senso comum", esta, tem tão somente configurado toda uma estética arrojada e formal em seus discursos, mas, que do ponto de vista concreto, nada dizem realmente sobre o que é essa nova Umbanda Esotérica, dentro do seu plano Ancestral, estruturado em seu Planisfério Relígio-Científico pela LEI DO VERBO.
Eis a situação: temos uma teoria estruturada por termos complexos, plagiados das Ciências Sociais, que assim podem estampar uma mensagem que evoca certa credibilidade em razão da imagem acadêmica que é "vendida", mas, que, contudo não conserva qualquer conteúdo de valor iniciático para a Umbanda Esotérica de fato e de direito.
Isso, não é muito difícil de discutir, pois apoiando-se nos largos ombros de Matta e Silva, pode se ver um pouco mais adiante e constatar que, toda essa falácia simplesmente cai por terra através de uma única e simples visão, dada pelo linguajar humilde de Preto-Velho.
Santa Paz
Tarso Bastos