36- Janelas para a UNIDADE

                    Janelas para a UNIDADE

 

Descartamos completamente a versão de que exista ou de que existiu um condutor ou um grão mestre na Umbanda Esotérica, simplesmente por um único motivo: nem mesmo Matta e Silva patenteou este tipo de posicionamento de sua parte, durante toda a sua vida. Em "Umbanda de Todos Nós" ele deixa isso muito claro e ainda sim, alguns de seus filhos de santo, desconsideraram o exemplo de seu mestre em sua sincera despretenciosidade.

 

O que existem são janelas. Ora, todos os médiuns são janelas, umas maiores, outras menores, - mas, não de maneira absoluta e sim relativa, na medida das possibilidades de cada um na presente encarnação- contudo, todas, tem sua razão de ser e cumprem seu papel, na medida em que se colocam sob às ordens do Astral Superior, como simples passagens.

 

O autoconceito que o médium desenvolve quando avalia a si mesmo, deve sempre ser colocado sob cuidadosa análise e meticulosa ponderação antes de se assumir uma determinada crença ou postura psicológica, de maneira que: haja de fato, uma reflexão do médium sobre o seu próprio refletir, sobre os pressupostos que embasam e moldam à sua reflexão. Ou seja, não basta apenas refletir. O próprio estilo ou modo de refletir do médium, deve ser sistematicamente estudado por ele de maneira imparcial e sinceramente crítica.

 

Lembremos que todos possuímos algum tipo de desarmonia, de transtorno ou de dificuldade interna, os quais certamente influem decisivamente sobre nossas reflexões e percepções sobre o mundo - interno-subjetivo e externo com sua objetividade. Assim, é válido meditarmos sobre o que diz Jeffrey Young, quanto aos nossos traços ou esquemas psicológicos disfuncionais:

 

"Os traços disfuncionais fazem parte da própria construção da personalidade e da identidade do indivíduo. (...) Na verdade, eles não sentem esses traços (desarmônicos) de personalidade como disfuncionais, parecem certos aos seus olhos, resultando daí a tendência a recusar qualquer tipo de ajuda ou mudança."

 

Assim, surge a metacognição, onde em outras palavras, quando aplicada no campo da iniciação, faz com que o indivíduo a todo instante, reflita e questione a validade de suas próprias crenças e atitudes sob o crivo de sua consciência, procurando ir além dos seus preconceitos, além do que o mundo supostamente lhe ensinou por fora de sua própria e intransferível experiência no Plano de seu Espírito Virginal, pois como em tudo na vida, a interdependência também tem o seu lado negativo, relativo às ilusões criadas pelo inconsciente coletivo junto ao imaginário popular irrefletido. Mas para isso, o indivíduo, por diversas vezes, há que negar a si mesmo, o que pode ser extremamente complicado.

 

O autoconhecimento é intransferível, contudo este somente chega até nós, quando nosso desejo de ser "algo" morre ao vermos que nada somos, nada mesmo...

 

Quando nada formos, O TODO poderá encontrar a passagem necessária para se expressar através da nossa pura consciência. Aí, seremos UM com O TODO, a partir do nosso nada, neste dia, haverá UMA SÓ BANDA.

 

Santa Paz

 

Tarso Basos