A Fragmentação da Umbanda Esotérica Original de Matta e Silva
Rio de Janeiro, 31 de março de 2017
"Atrevo-me a dizer que no meio da Umbanda Esotérica, conhecida também como Aumbhandam , “existem os chamados estranhos no ninho”. Esses só vieram em busca de algo pra se auto afirmar no meio.Os médiuns que querem virar estrela ou cometa luminoso nos céus da Umbanda." (Aramirim)
Essa afirmativa abaixo citada por "Aramirim", ilustra bem como também surgiu um movimento, que fez com que passássemos a ter muitas e variadas Umbandas esotéricas e raras cabanas da Raiz de Guiné...
A distinção entre Umbanda Esotérica e Raiz de Guiné, antes de ser uma perspectiva teórica é um fato com base empírica, observável, portanto, por qualquer um que procure auscultar com objetividade este meio.
Houve sem dúvida e ainda se processa, um movimento inerentemente humano de territorialização, desterritorialização e reterritorialização arbitrárias e aleatórias de entendimentos vários (especialmente, estabelecidos pela narrativa de "sucessão" da Umbanda Esotérica com suas "retificações" e "ratificações" dentro de sucessivas e profundas contradições) desconectados com o Astral Superior, que passaram a ser acriticamente atribuídos à Umbanda Esotérica, a qual, em virtude desse rolo compressor, perdeu a integridade de outrora patenteada por Matta e Silva como: uma Umbanda que seleciona valores, filtrando suas concepções originais de modo à purificá-las do mito, das crendices e superstições do ego atávico -- o qual, por seu lado, estabelece uma incessante produção de subjetividades engessadas na dimensão do atavismo.
Atualmente usar o termo "Umbanda Esotérica" significa adentrar em um campo multidimensional, portanto, com múltiplas perspectivas e seriações de ritos, práticas e formas de se conceber o legado deixado por Matta e Silva.
Inevitavelmente, passaram a existir distanciamentos e até rupturas com a linha mestra doutrinária que fora constituída no passado, nas areias de Itacuruça, antiga T.U.O., sob a égide de Pai Guiné D'Angola.
Santa Paz
