da Corrente Astral de Umbanda
Leitor amigo! Irmão iniciado! Agora que acabamos de apontar essas condições tradicionais temos que submeter à sua observação e meticulosa análise certos fatores transcendentes, que se prendem e se desdobram em relação ao sentido dogmático, comum, estabelecido pela literatura religiosa, esotérica, espiritualista, espírita e, de um modo geral, pela denominada de Ocultismo, já que você deve estar inteirado dela.
Esses fatores são os que sabemos ser, entre outros, os que mais concorrem para precipitar o entendimento dos estudiosos nesse imenso cipoal de dúvidas e confusões, constantes da acima citada, que ergueu a estrutura de importantes conceitos transcendentais, cinzentada mesmo numa chocante interpretação do termo CRIAR, que entra logo em conexão com o outro - o NADA.
Têm sido esses dois termos que, sempre interpretados no sentido esotérico ou apenas no semântico, tendem fatalmente a encaminhar o raciocínio dos estudiosos para o terreno dos dogmas “amarrando” seus pensamentos, atemorizando-os mesmo, limitando tudo, e, o que é pior, subordinando suas concepções à existência de um DEUS caprichoso, “sem consciência, sem a sabedoria absoluta”.
Portanto, estamos convidando-o humildemente à meditação, a desenvolver seu raciocínio, lendo e relendo, com atenção, as linhas abaixo.
As doutrinas que pregam um Deus-Criador de “espíritos simples e ignorantes” no sentido (direto de os ter gerado de SI PRÓPRIO, de Sua Própria Natureza Divina, como produtos de operação mágica, ou melhor, como se os tivesse extraído de Própria Natureza Divina, assim como se os Espíritos fossem “chispas, fagulhas, centelhas ou raios” de Sua Suprema Inteligência, estão negando-LHE, ipso facto, Sua Onisciência, Absoluta Sabedoria. Por quê?
Vejamos na fria lógica desses simples fatores de indução e dedução.
a) Coisa alguma sai, deriva ou é extraída do NADA¹ se o admitirmos no sentido do que irão existe mesmo.
Repisemos: coisa alguma que exista dentro do espaço cósmico se desintegra e desaparece, no sentido implícito de algo que de ter existência; porque, se a mais simples partícula infinitesimal - digamos – um elétron, atingir um estado de radiação pura, mesmo assim vibra, portanto, existe.
Pode-se integrar ou desintegrar de uma corrente elétrica ou magnética, mesmo assim continuará existindo -já o dissemos - nessa ou naquela radiação ou onda luminosa. O “nada se perde, tudo se transforma” de Lavoisier é um fato consumado.
b) Portanto, se alguma coisa saiu de outra é porque desta foi ›gerada, desassociada, derivada, etc.
C) E se algo foi gerado e desassociado, deve ter, em proporção natural, os elementos substanciais da natureza geradora, isto é, da sua origem.
Dentro desse singelo raciocínio, que pode ser aplicado em qualquer terreno ou em qualquer ideia lógica, por indução e dedução, somos forçados a banir o sentido comum, esotérico, religioso, dogmático, do termo CRIAR, senão teríamos que apontar nos fenômenos da criação um suposto defeito de origem, isto é, dessa forma poderíamos até culpar o CRIADOR deles de nossa ignorância, de nosso egoísmo, e seus subsequentes vícios.
Por que assim, caro irmão, leitor e iniciado? Ora, se admitirmos essa infantilídade de termos sido criados simples e ignorantes, perfectíveis, etc., nós, os espíritos carnados e desencarnados, como ensinam quase todos os sistemas filosóficos, religiosos, espiríticos e espiritualistas do mundo, a ponto de, por Via dessas condições, havermos constituído uma seriação de erros e mais erros, isso desde remota Antiguidade, sempre no egoísmo, gerador da ambição, do ódio, ciúme, inveja, orgulho e outras variações semelhantes, que têm sido o denominador comum de tantos sofrimentos e duras lições, seríamos forçados a admitir que teríamos herdado tanta maldade como elemento germinal da pretensa origem ou da fonte que nos houvesse gerado. O que implica dizer: criado.
“Coisa alguma, isto é, nenhum fator físico ou moral, revela condições que já não houvessem existido em estado latente”.
E se atribuirmos “a criação de todas as coisas”, inclusive a nossa própria “criação” (da forma confusa, ilógica, como o fazem quase todos os citados sistemas filosóficos, religiosos, espiríticos, espiritualistas e esotéricos do mundo), a uma Fonte, a uma Origem cujos atributos essenciais são a Perfeição, a Presciência, a Onisciência, a Suprema Sabedoria, que só podem ser atributos essenciais do DEUS PAI, estaremos negando-LHE tudo isso.
Porque, se analisarmos diretamente o fundo desses conceitos ou dessas concepções pregadas e imperantes sobre a “criação dos espíritos” ficaremos dolorosamente chocados ao 'verificarmos que distinguem matematicamente um Criador que, numa incessante ação geradora, cria, transmite, inocula neles o "germe" de todos os atributos negativos com os quais prontamente se foram revelando, desde que surgiram como criatura-homem e criatura-mulher no planeta Terra.
Irmão iniciado! Leitor amigo! Se você conhece a História da humanidade, deve estar ciente de que desde que as humanas criaturas se constituíram em tribos, raças e povos que se vêm pautando mais, muito _mais mesmo, pelas linhas progressivas do egoísmo e da agressividade.
E a História de hoje repete a de ontem. Mudam os personagens, os cenários etc., porém os motivos são os mesmos de todos os tempos.
Veja o atual estado da humanidade! Revoluções, guerras, enfim, discórdias por quase toda parte do globo. Qual o motivo? Na essência, os mesmos de todas as épocas.
Não pretendemos alongar aqui uma série de exemplos ou correlações. O leitor mesmo os tem por toda parte.
Basta que ressaltemos diretamente essa condição moral, que é coisa intrínseca do espírito, que identificamos, quase que diariamente, no noticiário da imprensa, nacional e estrangeira, sobre criaturas cruéis que, num sadismo impressionante, estupram e matam até crianças e Velhas, friamente.
Pense, irmão, em sã consciência. Você pode admitir esses monstros como gerados da própria essência do Deus-Pai, sabendo você que quase todas as correntes filosóficas e religiosas orientais e ocidentais O dão como único, indivisível, etc.?
Acreditamos, irmão, que tudo em você deve gritar que da Natureza Divina do Supremo Espírito de Bondade e Perfeição não poderiam sair essas aberrações psíquicas e consciencionais.
Irmão iniciado! Leitor amigo! Claro que da Suprema Perfeição jamais poderiam ter saído, diretamente, pedacinhos de imperfeição como somos nós, até agora.
Atente para essa “imagem”, a mais terra-a-terra possível (não queremos suscitar agora ângulos profundos da metafísica; seria embaralhar entendimentos gerais e dificultar nosso objetivo, nessa obra): “se extrairmos do oceano uma gota de água (exemplo comparativo comum à literatura espiritualista oriental) e a analisarmos quimicamente, essa gota deve conter, proporcionalmente, a mesma coisa ou ser da mesma qualidade do oceano, isto é, do todo-ou da fonte de onde saiu.
E ainda: se cortarmos de uma branca folha de papel centenas de pedacinhos, esses serão da mesma natureza, da mesma qualidade da folha de onde foram extraídos ou cortados.
Eis a que nos pode levar a interpretação comum, dogmática, dos termos Criar e Nada. E o que é pior, ainda poderíamos pretender culpar ao Deus-Pai (como inúmeros o fazem) pela Lei de Conseqüência, como uma iniqüidade.
Essa Lei de Conseqüência é a mesma Lei Cãrmica dos hindus, que Vai apontando sempre para uma sucessão de erros, resgates, provas, lições, experimentações e sofrimentos, tudo isso como conseqüência fatal do egoísmo da criatura, ou seja, pela ignorância das Leis Divinas, que o mesmo BRAMA criou para disciplinar os mesmos Espíritos que Ele também criou, “como simples e ignorantes”, porém na obrigação de evoluírem em busca da perfeição. Em suma: toda essa estrutura cãrmica se_ baseia mesmo nas conseqüências, isto é, cimentou-se nos efeitos e condena indiretamente a causa, quando dão Deus, ou Brama, como origem de TUDO.
No entanto, irmão leitor e iniciado, se o for: Deus-Pai é realmente o Poder Supremo, a Suprema Consciência Operante “que está por dentro, por fora e acima de todos os poderes e de todas as coisas por Sl mesmo geradas e engendradas”. O “decifra-me ou devoro-te” › da Esfinge aponta essa regra do Arcano.
Coisas, irmão, preste atenção desde já, se relacionam diretamente com todos os aspectos da substância, da energia, e por extensão, com os átomos físicos, com a matéria propriamente dita.
Assim, Deus é realmente o Supremo Espírito lncriado; é o lncriado Absoluto, porque não recebeu nenhum “sopro”, força ou energia de acréscimo sobre Sl MESMO; jamais recebeu qualquer vibração de acréscimo a Sua Potência de nenhuma outra Realidade extrínseca à Sua Divina Natureza.
É, de fato, 0 único Ser de Suprema Perfeição, que domina e dirige TUDO: a eternidade-tempo, o espaço cósmico, a substância, ou a energia, a matéria e a nós mesmos também - espíritos carnados e desencarnados. Incriados também, porque sempre fomos coeternos, coexistentes com ELE por “dentro” da própria eternidade, se no nosso entendimento a relacionarmos com o Tempo imutável, infinito.
Porém, não devemos vincular o conceito amplo de tempo aos espaços marcados pelos relógios, meses, anos do calendário, nem mesmo pelos milênios ou pelos chamados anos-luz em sentido da distância que separa um corpo celeste de outro, um acontecimento cósmico de outro, etc.
Leitor, tentaremos uma explicação sem dúvida simples, para nós metafísica, mas para muitos “mística”: Deus, ao manifestar seu Poder Operante por dentro do espaço cósmico, com os fenômenos da criação, revelou a nossos entendimentos a idéia relativa desse ternpo, quando passamos a identifica-lo com os acontecimentos cósmicos de ordem física, isto é, com tudo aquilo que tem relação direta com distância, duração, princípio de um ato ou ação, enfim, com todo começo de vida ou coisa organizada que obedece à dinâmica celeste, como os astros, os sistemas planetários, etc.
Isso, leitor, para lhe dar uma idéia de Tempo, no aspecto finito das coisas físicas, materiais, e na realidade dos fatores infinitos.
Você pode - não resta dúvida rebater a nossa “lógica metafísica” pensando: “ora, o tempo é uma abstração!” Sim, claro, mas existe de fato em seu pensamento, em sua idéia, tanto é que você tende fatalmente a relaciona-lo com os fatores que expusemos acima.
Estamos assim, irmão, com essa dissertação filosófica, ou metafísica, como queira, pretendendo preparar seu campo mental para assimilar a Doutrina Secreta da Corrente Astral de Umbanda; por isso, Viemos apontando certas razões do “ser ou não ser” e nunca a própria razão da origem Divina enem mesmo a nossa - a dos seres espirituais.
Porque, convém que grifemos agora e para sempre: a nossa natureza - dos espíritos - e a Natureza de Deus, do Supremo Ser Incriado, são insondáveis. É tola pretensão alguém tentar definir o Incognoscível, o inconcebível, por mais sábio que seja.
Apenas estamos abrindo um pouco a porta do Arcano Maior (e não do Arcano Divino) para que também você, leitor, possa passar com sua visão espiritual, na busca da verdade, que é o entendimento seguro e reto, escoimado das arestas chocantes dos dogmas, dos “mistérios” de um chamado Ocultismo que já estava roto no Oriente e veio esfarrapado para o Ocidente.
E essa verdade só nos é comunicada pelos canais da intuição espiritual, quando nos elevamos ao ponto de recebe-la. É quando nossa consciência espiritual vibra naquele diapasão especial que se coloca mesmo no ritmo de captar as revelações dos planos superiores.
Não podemos prová-las em tubos de laboratórios, nem pela física, nem pelas reações da química, como pretendem os materialistas-Cientistas e outros; nem, tampouco,'podemos prová-las apenas pela retórica das palavras daqueles que gemem na incerteza das sombras mentais ou na descrença de uma cegueira espiritual, vale dizer: na obnubilação de um carma pesado, pautado na vaidade e no gozo desenfreado dos instintos, em repetidas encarnações.
Deixemos que subam penosamente as escadas do entendimento; esperemos que um dia, pelo caminho da iniciação verdadeira, possam receber os clarões dessa verdade, pela clarividência que, por certo, iluminará suas almas, rasgando-lhes os véus do Arcano.
Todavia, julgamo-nos no dever de contribuir, por força de nosso pequenino grau e por injunção também da tarefa que nos foi dada, para aquele que, já na senda da iniciação, procura sofregamente mais firmeza para seus ditos entendimentos, pois se o Caminho lhes for apontado claro e o mais limpo possível de escolhos, mais depressa chegarão aos umbrais da Verdade.
Porque inúmeros são os que Começaram a estudar, meditar, induzir e deduzir somente baseados nos conceitos ou nas diretrizes dessa ou daquela Escola ou Corrente, e pararam, desanimados, por terem caído no bloqueio das já citadas interpretações confusas e infantis.
É certo, certíssimo, que a massa ignara não vai poder “digerir” esse “alimento que estamos dando aqui”. A ela sempre foi dado “o bruto pão” em todos os tempos, pois sua “fome” se contenta com o grosseiro das coisas.
Esperamos ser entendidos no que acabamos de figurar, pois principalmente o primeiro capítulo dessa obra não foi escrito Visando a uma maioria, e sim a uma minoria, essa mesma que pode e deve renovar a mentalidade comum existente.
Prossigamos, portanto, reafirmando que é duro chegar-se à suposta conclusão de um Deus-Criador que “cria” os espíritos simples e ignorantes, perfecríveis, etc., para faze-los encarnar a fim de pagarem por um erro original, que precipitou novos erros, novos resgates, por via de sucessivas experimentações ou reajustes no mundo das formas densas. É duro aceitar-se uma Lei de Conseqüência, que sempre nos mostra um semeia e colhe, com base nessa já tão citada sucessão de erros, que quase todas as doutrinas encampam como estabelecida por “um pai” para disciplinar os próprios “filhos” que “ele mesmo” gerou, criou, porém ignorantes de um mundo em que foram de imediato lançados.
E não há sofismas que possam encobrir essas deduções: não há teólogos, nem metáforas filosóficas que consigam, logicamente, tirar essa “pedra que puseram no caminho”.
Qual o pai amantíssimo que criaria um filho na ignorância total da vida exterior, ou profana, para, a certa altura, lançá-lo num meio, hostil, a fim de, por si próprio, completamente inexperiente, adquirir o conceito do Bem e do Mal, atraves de duras provações, sujeito às piores tentações, se o tinha “criado mesmo simples e ignorante” das coisas que iria encontrar?
De quem é a culpa real, subseqüente? Do Pai ou do Filho?
Irmão iniciado, na certa você que já leu obras do chamado ocultismo, esoterismo e similares vem queimando fosfato em persistentes interrogações quanto à sua verdadeira origem, como ser consciente, inteligente, com livre arbítrio e tudo mais, não é?
Irmão, esclarecer para você certas razões do “ser ou não ser” do Arcano não é querer induzi-lo a ultrapassar com o pensamento, a idéia, o lmponderável, o Inconcebível!
Basta que se contente com o que vamos dizer-lhe: você, em espirito e Verdade, não se originou de nenhuma substância etérica ou energia' que produz os átomos propriamente ditos. vale afirmar, de nenhuma força ou Causa que se possa alcançar ou definir como etérica atômica, luminosa, radiante, etc.
Quem doutrina isso, diretamente, são as Escolas orientais e suas propagadoras do Ocidente, que dizem sermos “chispas, fagulhas, centelhas” de um Deus, como se Ele fosse uma incomensurável fogueira ou foco luminoso em constante estado de explosão.
Isso, irmão, é uma imagem comparativa, é claro, mas que induz o raciocínio a ligar essas concepções às coisas fisicas ou energéticas da natureza-natural.
Absurdas tais concepções ou exemplos de relação, de comparações muito terra-a-terra.
Portanto, Vamos repetir algo que as ditas escolas ensinam, porém ressaltando sempre a sua suposta condição de “coisa criada”: você é eterno, tem a imortalidade espiritual, isto é, nem a mais singela Vibração de sua própria natureza espiritual se desassociará ou desintegrará de você; na mais fraca das comparações (pois não temos termos, nem os dicionários os têm, para dizer melhor), você é assim como um centro de consciência, inteligência, ideação, de natureza extrínseca até da setessência da matéria; é também uma entidade espiritual independente dos outros seres espirituais.
Ninguém é igual a ninguém, nem na tônica-vibratória, nem na radiação da consciência, da inteligência, etc. Haja vista que, fisicamente, até as impressões digitais de um não são iguais às do outro.
Parece até que estamos batendo e rebatendo na mesma tecla, mas ainda podemos dizer-lhe mais o seguinte: por mais' que se aprofunde no âmago do Arcano, em busca de sua real origem (sua, nossa ou de todos os seres carnados e desencarnados do planeta Terra, e mesmo dos que habitam qualquer sistema planetário do Universo), terá que se pautar no sentido metafísico do termo origem como procedência, naturalidade, e assim, penetrando sempre, através da lógica e do nexo de todos os conceitos de todas as Escolas, num lento trabalho de escoimação, chegará à compreensão, intuitiva, instantânea, que você sempre existiu no “seio” da Eternidade; sempre Foi preexistente com o Tempo, parque ele é imutável, infinito, segundo a chave desse mesmo Arcano, ou grande segredo da Vida.
Digamos mais isso: mesmo que você, agora espirito carnado, nos milênios futuros alcance a condição de um Arcanjo ou Potestade Cósmica, jamais definirá a sua própria origem espiritual de outra forma, porque a RAZAO disso tudo assim ser, ou do PORQUÊ tudo isso assim é, porque sempre foi e será. só quem SABE e 0 Deus-Pai, o Espírito da Suprema Sabedoria.
Por causa da razão do porquê do saber e que nós o concebemos como o Absoluto, e as religiões exotéricas como o “criador de todas 'as Coisas”,
No entanto, uma coisa podemos afirmar para seu conforto moral-espiritual; para ser aquilo que há de alimentar as suas mais persistentes dúvidas, no caminho de seus objetivos finais; quando, no final dos milênios, você conseguir libertar-se dessa Via de Evolução pelo Universo-Astral, estará isento das naturais injunções e das malditas tentações próprias dessa via, isto é, isento da matéria ou de qualquer veículo denso, astral e eterico; isento até do fluido cósmico, Vale dizer, da substância vital da natureza, pois terá voltado ou regressado à sua Via de Ascensão original - a do puro Cosmos, Espiritual.
Então estará reintegrado 'na Lei do Carma Causal, e em certo instante, luz de sua evolução por essa via virginal, terá alcançado diretamente a “faixa vibratória” do Deus-Pai, onde receberá a iluminação de Sua Sabedoria Absoluta, que fará resplender em sua consciência espiritual a RAZÃO de sua real origem, ou seja, de sua naturalidade espiritual, porque já estará purificado pela Luz do Pai Eterno.
Porém, não espere jamais por esse acontecimento dentro dessa via de evolução própria do Universo-Astral. Essa não é o seu caminho certo.
Compreenda, é aquela em que caiu! O que deve fazer é trabalhar incessantemente para que se liberte dela, pois cabe-nos agora dizer-lhe: a Evolução própria do Carma Constituído do Universo Astral é finita.
E é por tudo isso, por todos esses fatores que Viemos ressaltando, enfim, por todos esses conceitos comuns a umas e outras Escolas, que nos foi dada a tarefa de definir, nesta obra (agora, em linhas gerais) a Doutrina Secreta da Corrente Astral de Umbanda, que é, em sua essência, inédita, pois cremos não existir em nenhuma obra de cunho esotérico ou religioso, quer do Oriente, quer do Ocidente.
Todavia, caríssimo irmão, não se deve confundir essa dita Corrente Astral de Umbanda, que revela a pureza de seus ensinamentos internos através de suas legítimas entidades mentoras, com essa manifestação barulhenta da massa retardada, que pretende prateá-la como sabe e alcança - o que e justo e humano - mas uma coisa não é a lídima expressão da outra.
Acreditamos, irmão, que você, nessa altura, deve estar meditando seriamente nas questões que viemos apontando desde o princípio dessas linhas e procurando assimilar pela razão, pelo entendimento.
Porque nós da Escola Umbandista jamais atribuiremos ao Deus-Pai qualquer falha no processo dito como “da criação”, tal e qual está na doutrina básica da Escola Kardecista, aceita há mais de um século, seguida e propagada constantemente por toda a literatura decorrente, até os dias atuais.
Citamos assim, incisivamente, para demonstrarmos que nossa Doutrina pouco tem de comum com aquela codificada por Kardec, o mesmo que dizer, com a corrente kardecista a qual consideram um “Estado”, e a Umbanda uma “Província” dele.
Não nos move, aqui, a crítica destrutiva, pessoal, não! Estamos em tese, nesta singela obra, definindo os Postulados da Corrente Astral de Umbanda, cimentando a estrutura de sua doutrina de base, para demonstrar que não são iguais, nem mesmo derivação, desta ou de qualquer outra.
Se bem que possa parecer que estamos repisando demais (em tese de cunho filosófico ou metafísico é assim mesmo), deve o leitor compreender que temos de citar diretamente certos ensinamentos essenciais da corrente kardecista, os quais irão chocar-se frontalmente com os nossos. Nosso intuito não é combater - convém que frisemos - mas aclarar definições básicas de conceitos.
A Corrente Kardecista, no Brasil, definiu-se como filosófica, religiosa e científica, em constante progresso, e “pari passu” com a evolução dos tempos hodiernos; combatendo mesmo os dogmas de outras correntes e o primitivismo da nossa, louvados tão-somente na manifestação exterior de uma maioria de adeptos que engatinha em busca do caminho, pois está na trilha certa. Uma coisa é analisar o exterior, e outra o interior -já o dissemos.
Assim, o kardecismo, através de seus atualizados mentores, de propalada capacidade e iluminação literária (o que nos falta, infelizmente), aponta o Livro dos espíritos, de Kardec, como o alicerce da Codificação, espécie de Bíblia ou de “revelação divina”, onde os fundamentos jorram, a fim de atender aos que desejam dessedentar-se nas fontes da verdade.
Parte dessa obra é chocante, eivada de contradições, e, se fôssemos disseca-la, teríamos que o fazer em grosso volume; mas deixemos isso de lado, reconhecendo o alto valor que tem, em outros pontos de sua doutrina, os quais não são próprios, também, por serem tão antigos quanto a própria humanidade.
Citemos os básicos, que são os que nos interessam, para o confronto que o próprio leitor fará no final dessa obra.
Livro dos espíritos, 23 edição, pág. 77, item 76. Pergunta: “Que definição se pode dar dos Espíritos?” Resposta: “Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do Mundo material”.
Item 77; pergunta: “Os espíritos são seres distintos da Divindade, ou são simples emanações ou porções desta, e, por isto, denominados filhos de Deus?” Resposta: “Meu Deus! São obra de Deus, exatamente qual a máquina o é do homem que a fabrica. A máquina é obra do homem, não é o próprio homem. Sabes que, quando faz alguma coisa bela, útil, o homem lhe chama sua filha, criação sua. Pois bem! O mesmo se dá com relação a Deus: somos Seus filhos, pois que somos obra Sua”
Item 78; pergunta: “Os Espíritos tiveram princípio, ou existem, como Deus, de toda eternidade?” Resposta: “Se não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, quando, ao invés, são criação Sua e se acham submetidos à Sua vontade. Deus existe de toda eternidade, a é incontestável. Quanto, porém, ao modo por que nos criou e em que momento o fez, nada sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se quiseres com isso significar que, sendo eterno, Deus há-de ter sempre criado ininterruptamente. Mas quando e como cada um de nós foi feito, repito-te, ninguém o sabe: aí é que está o mistério”.
Item 81; pergunta: “Os Espíritos se formam espontaneamente ou procedem uns dos outros?” Resposta: “Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela Sua Vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério”. É Cremos suficientes essas citações, para concluirmos da seguinte forma:
a) Que ensinam serem osespíritos feitos, criados mesmo por Deus, com elementos Dele Próprio - exatamente como uma máquina fabricando peças.
b) Que os Espíritos tiveram principio, isto é, foram feitos mesmo por Ele - Deus.
c) Que também podem não ter tido princípio, dado que a criação, sendo ininterrupta, não se sabe quando começou.
d) E arremata ainda afirmando que “não sabe quando e como cada um de nós foi feito: é mistério”.
e) Porém, no item 80, dizque o processo é permanente. Deus jamais deixou de nos criar. Mas, a seguir, diz que a origem dos espíritos é mistério, mesmo.
f) No item 79, diz que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento natural e que os espíritos são formados do primeiro e os corpos inertes o são do segundo, etc. E ainda no item 82 diz que o espírito é a matéria quintessenciada etc.
Bem, citamos e deduzimos assim simplesmente porque qualquer um pode consultar o citado Livro dos espíritos e chegar à mesma conclusão, que ali transparece, nos itens numerados. Tudo isso é ainda confirmado pela literatura antiga e moderna da Escola Kardecista.
Então, essa doutrina das “criações absolutas” que aponta sempre para o' Deus-Pai como o Criador, mesmo, de TUDO que existe, o espaço cósmico, a matéria e, por extensão, a energia ou a substância etérica, os espíritos, etc., inclusive, é claro, criador também de suas faculdades consciencionais, intelectivas, volitivas, etc., é própria, também, da doutrina kardecista, que ainda não alterou esses conceitos essenciais.
Haja vista que oórgão doutrinário da Federação Espírita Brasileira continua pregando a mesma coisa e até de maneira mais incisiva. Ei-la: Deus criou-os (aos espíritos) perfectíveis e deu-lhes por escopo a perfeição, com a felicidade que dela decorre. Não lhes deu, contudo, a perfeição, pois quis que a obtivessem por seu próprio esforço, a fim de que também e realmente lhes pertencesse o mérito. Vide Reformador, fevereiro, 1966, pági_26, com o título “Anjos e Demônios”.
Por essas e outras, deduz-se claramente que admitem, também, como os demais sistemas religiosos, filosóficos, espiritualista, etc., um Deus caprichoso e cruel, pois, sendo conforme também ensinam, Perfeito, Onisciente, Presciente, etc., criou-os perfectíveis - sujeitos ao aperfeiçoamento; fez a obra pela metade, isto é, deixando que os próprios espíritos tratassem de completar o que lhes estava faltando, e isso num meio hostil, tentador e desconhecido (O Universo-Astral e o mundo material), o que implica dizer: Sujeitos a duras provas de aperfeiçoamento.
Oh! Pai de Eterna Bondade, eles não se aperceberam ainda de que existe a mesma pedra no fundo dessa doutrina, que esmaga a lógica, dando o dualismo - o Bem e o Mal- como originário de uma só fonte criadora.
No entanto, a Escola Umbandista tem vários pontos de contato com a Escola Kardecista, como por exemplo: aceitamos a reencarnação, a Lei de Conseqüência, que é o carma constituído, os fenômenos da mediunidade e outros.
Irmãos kardecistas, queiram perdo_ar-nos. Nós não estamos criticando, assim, os graus de entendimento e de alcance mental que lhes são próprios e que são alimentados assim mesmo, há dezenas e dezenas de anos.
Todavia, a Corrente Astral de Umbanda, na palavra de seus Verdadeiros mentores, os espíritos-guias, não ensina a seus iniciados, nem mesmo a seus simples filhos-de-fé, conceberem um Deus assentado no Augusto Trono da Eternidade a contemplar a Sua Obra - a da criação dos espíritos, esses mesmos que se arrastam há milênios, penosamente, pela via-crucis das repetidas provações, dentro de uma implacável lei de conseqüência, por Ele mesmo estabelecida.
Leitor, antes de terminarmos essa “preparação psicológica” o convidamos, mais uma vez, a olharmos juntos, como para um imenso panorama, essa atual humanidade. E que vislumbramos? A mesma coisa de todos os tempos.
Rivalidades, brigas, revoluções, guerras, enfim, conflito de idéias, sempre agressivas, a par com a miséria moral e material: fome, ambição, inveja, sensualismo, etc., por quase toda parte. Certo? Dissolução moral dos costumes patriarcais, na família e na sociedade, e essa onda de pessoas cabeludas, visivelmente alucinadas, comprimidas pelo subconsciente, com reilexos ou projeções da alma, que os Compelem e atordoam assim, para esquecer e derivar angústias e conflitos latentes, imantados na consciência, não do hoje, mas do ontem.
Encarnam assim como que “assombrados”, assim mesmo como se tivessem escapado das Escolas Correcionais do Astral, a fim de extravasarem pela “válvula” terrena milenãrias compulsões, na ânsia de reparti-las com seus semelhantes, a fim de envolvê-los ainda na “rede” de suas consciências agitadas e endividadas.
E, nesse estado frenética, vão arrastando os simples, os pobres de espirito, que os vão imitando, lamentavelmente.
Sinal dos tempos, dizem os entendidos. Mas o diabo é que esses ã vêm assim, desde saecula saeculorum, pois até Paulo, o Apóstolo, já os reconhecia, e assim alertava aos Coríntios: “Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido e que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória, pois o cabelo lhe foi dado em lugar de mantilha” (Cap. II, vers. 14, 2?- Carta aos Coríntios).
Mas os cabeludos retrucam, dizendo que Jesus usava cabelos compridos. Ora, não queiram confundir esse uso, essa distinção, entre os iniciados essênios daquele tempo com faniquitos, histeria e sensualismo provocado pelo canto e pela dança, no meio profano, público. Ninguém, de bom-senso, pode negar que estamos assistindo à exaltação da futilidade, ao endeusamento da subversão dos valores reais, morais e artísticos. Dizem que isso é a jovem guarda. Mas estão guardando ou preservando o quê?
O que significa tudo isso? pensam mecanicamente os doutos. E haja psicólogos tentando explicações pueris, porque, no fundo, não sabem mesmo a causa do fenômeno moral.
O certo é que a descrença religiosa e o materialismo crescem e avançam, envolvendo tudo. Ninguém mais crê em ninguém. Nunca se exaltou tanto o sexo cru e nu como ultimamente, isto é, nunca houve tanta propaganda organizada do sensualismo, com “fachada” de feminilidade, como agora, através da moda, nas revistas, na televisão e por toda parte.
Uma propaganda altamente sugestiva encarrega-se de incutir na mente de Eva, a mulher, que ela existe mais para o deleite carnal de Adão, o homem, e haja “Sexy, sexy e mais sexy”!
Por outro lado, o “zé-povinho” cansou de ouvir e olhar os modernos profetas, refestelados no conforto, todos bem nutridos, bem vestidos, a martelarem incessantemente a história antiga do povo de Israel.
E é por causa desses fatores morais, materiais e religiosos que a massa corre cega, açoitada pela necessidade e pelos males do corpo e da alma - que uma medicina arrogante e comercial não está curando - em busca dos “milagreiros” que surgem por toda parte.
O que há mesmo, irmãos, é a falência das religiões entronizadas no luxo de seus templos, indiferentes à real miséria do povo.
O que há, irmãos, é o clímax do egoísmo e do orgulhol.
O que há ainda, irmãos, e de muito certo, é que a “porta” das reencarnações se abriu mesmo, com “passe-livre” a milhares de espíritos marginais do astral. e é por isso, principalmente, que estamos assistindo ao ressurgimento frenético dos citados cabeludos, do “iê- a iê-iê” e de outros “ritmos”, esperando, dentro dessas condições, surgirem novos e esquisitos “frenesis” cantados e dançados.
Mas e a caridade, o amor, a fraternidade, a boa-vontade, o desprendimento? Sim, sempre existiram e estão por aí, também, com uns poucos, bloqueados por todos os lados pela maldade dos outros, que são maioria.
Sim, porque esses atributos positivos também são faculdades de nossa consciência, intrínsecos à nossa natureza espiritual, não os herdamos de ninguém.
São os atributos de nossa própria consciência que afloram e passam a dominar, impor-se, à proporção que evoluímos por dentro da Via-matéria; à proporção mesmo que Vamos Verificando que temos que nos libertar das malditas injunções da natureza astral e material em que entramos, pois que foi e é a tentação mesmo a que não resistimos, quando se deu a nossa queda, ou a descida ao abismo da substância ou da energia.
Portanto, vamos entrar, em linhas gerais, porém, precisas, na interpretação do Arcano Maior, procurando esclarecer o pensamento ou os pontos essenciais da Doutrina Secreta da Umbanda, sobre as Causas, o Princípio das coisas físicas, pela ordem dos fatores morais, no que temos como o mais aproximado da Grande Verdade.
E isso o fizemos aqui, mesmo a contragosto, pois somos francos: essa obra possivelmente causará impactos terríveis, no nosso meio e no seu submeio e nos demais setores onde for lida e comentada; talvez sejamos tachados até de materialistas. Deixemos que a tempestade açoite o mar, porque depois fatalmente virá a calmaria.
Porém, quando assim pensarem, convém relerem o que aqui grafamos para todo o sempre: cremos inabalavelmente no Deus-Pai, Perfeito, sem falhas em Sua obra, em Seu processo Criador; não O aceitamos como Jeová, “deus” de vingança, ceifador de vidas, sectário e cruel, tal e qual está decantado na Bíblia; tampouco 0 aceitamos como máquina geradora de aberrações morais, consciencionais, tal e qual está na doutrina kardecista; e muito menos sob o prisma fanático das religiões que O culpam indiretamente de tudo que é bom e de tudo que é ruim também.
Estamos caminhando para o fim físico e temos que dar conta do recado a que nos obrigamos, sobre uma coletividade com a qual nos endividamos, por abuso de inteligência, num passado não tão distante assim.
Ja erramos muito em tarefas semelhantes. Em realidade somos degredados, disciplinados severamente. Já nos foi até cancelado o direito ao próprio grau de iniciação, pelo Tribunal astral competente, numa encarnação passada.
Foi duro recupera-lo e até hoje ainda sentimos n”alma as cicatrizes dessa recuperação.
E por causa desses senões é que estamos situados na seara Umbandista, a fim de servirmos de Veículo de uma Doutrina que, nesse passado, malbaratamos por interesses escusos e muito pessoais; na prática irregular da magia-sexual sobre Eva, a mulher.
Fomos useiros e vezeiros de certos poderes mágicos, os quais, em parte, foram-nos cortados, pois somente agora é que conseguimos alcançar a confiança da Corrente Branca dos Magos do Astral, essa mesma que participa do Governo Oculto do Mundo.²
E eis por que temos essa tarefa na Umbanda do momento, e não numa dessas pomposas Ordens ou Templos que ostentam, nos graus, a vaidade de seu poderio financeiro e social e que ainda não vimos amparar de verdade os pobres de espírito, de corpo e de estômago.
Umbanda é a Religião dos realmente necessitados, porque sao maioria.
Umbanda é o bálsamo do Verdadeiro “zé-povinho”, com seus dramas morais e materiais, que não pode comprar remédios, quanto mais pagar a psiquiatras, psicólogos ou a médicos especializados.
Ai desse pobre “zé-povinho” se não fossem “os terreiros e os ditos como curandeiros”. Ai dele se não fosse “desabafar” com “caboclo e preto-velho” os dramas que irrompem em suas rudes e sacrificadas Vidas.
Umbanda é, também, no Brasil, a única Corrente que está encarregada de promover a restauração dos “mistérios maiores”, ou seja, da verdadeira Tradição ou Kabala, que é mesmo “a tradição do saber”, legada aos magos, taumaturgos e iniciados da Antigüidade.
Talvez não o seja por nós, ou melhor, talvez não nos caiba o resto da tarefa, porém outros surgirão e com muito mais luzes do que nós, pois somos de um grau de iniciação médio, e não superior.. Mas estamos satisfeitos, Visto j á nos considerarmos realizados nessa parte.
Para que toda a parte lida e por ser lida ainda fique bem compreendida, Vamos definir o significado dos termos mais essenciais que estamos usando, sem que pareça elementar, Visto Visarmos diretamente, com isso, a estabelecer a dupla interpretação ou o sentido oculto de cada um pelo Arcano. Assim, temos:
CRIAR
Ensina-se como: V.t. -~ dar existência a; tirar do nada; gerar; produzir: originar; inventar; fazer aparecer, etc.
CRlAR
(Interpretação interna do arcano)
Como ato ou ação de dinamizar e transformar a natureza das coisas ou dos elementos; ato ou ação de produzir na substância-etérica os fluidos cósmicos e o fenômeno das associações atômicas, pela Vontade Suprema, pelas Hierarquias Regentes, Magos, Espíritos Superiores, dotados desse poder ou conhecimento. Criar é também plasmar a idéia nos elementos etéricos, que tomam formas. Criar - em análise rasa - é transformar.
NADA
a Ensina-se como: s.rn_. - a não existência; ausência de quantidade; o que não existe; coisa nula; inutilidade, etc.
NADA
(Interpretação interna do arcano)
Aquilo que não é (ou não sai) da substância-etérica, nem de um simples átomo; nem de quaisquer estados ditos como da matéria. E 0 vazio neutro (Vide explicação sobre espaço cósmico, que o completa, na parte dos Postulados).
SUBSTANCIA
Ensina-se como: s.f. - aquilo que subsiste por si; matéria; essência; natureza de uma coisa, etc.
SUBSTANCIA
(Interpretação interna do arcano)
O mesmo acima (Vide definição básica pelo Arcano, como substância-etérica, na parte que trata dos Postulados da Doutrina Secreta de Umbanda).
ENERGIA
Ensina-se como: s.f. - atividade; maneira como se exerce uma força; Vigor: (Fis.) faculdade que tem um corpo de fornecer trabalho, etc.
ENERGIA
(Interpretação interna do arcano)
O mesmo acima e ainda mais explicitamente: como aquilo que se pode transformar em peso, densidade, formas e cores diversas; em suma, por um lado a energia tanto pode adquirir o aspecto potencial, como de força física, etc., pois o arcano nos diz, também, que a energia é (ou está) a matéria condensada. “A irradiação de um corpo ou de uma massa provém da quantidade de energia interna que o mantem.” Daí, pela decomposição ou desintegração dessa massa, essa energia Volta a seu dito estado de “irradianíe”, puro, sendo, portanto, para nós, o quarto estado mesmo da matéria e o quarto, também, a partir da substância-etérica, pois a Numerologia Sagrada da Umbanda demonstra a questão certa, do I + 7 e não do I + 6, como ensinam outras escolas.
MATERIA
Ensina-se como: sf. - tudo que tem corpo e forma ou substância suscetível de receber certa forma em que atua determinado agente (o sentido interno do arcano é o mesmo e no que se relaciona com energia, etc.).
ESPAÇO
Ensina-se como: s.m. - extensão indefinida; capacidade de terreno, sítio ou lugar, intervalo; duração, etc. Vide definição completa nos Postulados, sobre espaço cósmico, etc.
CRIADOR
Ensina-se como: s.m. - Aquele que cria ou criou; Deus, etc.
CRIADOR
(Interpretação interna do arcano)
Aquele que pode operar com a natureza das coisas; produzir por via de seus elementos (vide item dos Postulados referente a Deus-Pai).
INCRIADO
Ensina-se como: adj. - Que existe sem ter sido criado.
INCRIADO
(Interpretação interna do arcano)
O mesmo acima, e ainda: Aquilo que existe, mesmo sem ter saído ou sido gerado de outra existência (vide itens dos Postulados, referentes a Deus-Pai, Espíritos, Substâncias e Espaço cósmico).
ARCANOS
Como Arcanos³ devemos entender certas revelações da Lei Divina ou certos fatores de ordem moral-espiritual e cósmicos, certas elucidações ou esclarecimentos vedados ao leigo, profano ou não-iniciado. Por isso é que se ensina como “mistério, coisa oculta, etc.”
A Kabala Hebraica (falsificada e empurrada para o Ocidente) nos fala também dos Arcanos Maiores e dos Arcanos Menores, cuja interpretação correta sempre foi privilégio dos Magos de todos os tempos.
Não estamos infringindo a regra, porque os leigos mesmo, os profanos de verdade, isto é, aqueles que não forem possuidores de sólida cultura iniciática, “quebrarão cabeça” e não chegarão a entender direito o que estamos revelando, inclusive os próprios Postulados da Corrente Astral de Umbanda. Para esses recomendamos passar de leve sobre o problema e procurar em outros livros elementos ao alcance de suas mentalidades.
Porque cultura é produto da reflexão, da lógica sistematizada, sobre a natureza real das coisas ou dos fatores indutivos e dedutivos. Enfim, cultura iniciática não se aprende ou alcança tão-somente pelos livros. O que os livros nos dão é só a erudição, processo ern que o intelecto vai acumulando os conhecimentos gerais dos outros, como que “mecanicamente”.
Então, leitor, observe bem esta Simbologia do Arcano Maior e vamos interpretar a simbologia apresentada.
O que está sendo Visto então? O que pode revelar essa figuração? Em 1º Plano, o Círculo, simbolizando o Espaço cósmico, infinito, ilimitado, incriado. É na mística do Arcano “A Casa do Pai”.
Em 2° Plano, um Triângulo Escaleno (porque não tem os lados iguais: a natureza de um vértice não é igual à dos outros: são distintas e extrínsecas entre si as três naturezas, simbolizando a Existência Tríplice Incriada, assim compreendida: vértice a) a Manifestação do Poder Divino, a Presença do Deus-Pai; vértice b) a Manifestação dos Seres Espirituais ou dos Espíritos lncriados; vértice c) a Manifestação da Substãncia-Etéríca Incriada.
Em 3º Plano, a manifestação das Leis Divinas, simbolizadas no Livro do Destino (onde estão arquivadas as fichas cármicas originais de todos os Seres Espirituais, desde quando começaram a usar o direito ao livre-arbítrio), onde estão qualificados os dois tipos de Carma, com os fatores próprios a cada um.
Interpretados assim, em seus pontos essenciais, passemos à definição dos Conceitos Básicos da Doutrina Secreta de Umbanda, através de seus legítimos POSTULADOS.
1 O NADA aí significa algo, alguma coisa, etc.
2 Ver nossa obra Umbanda e o poder da mediunidade, que versa diretamente sobre o assunto.
3 Observação especial: Existem 3 Ordens de Arcanos:
A) Arcanos Divinos, que tratam dos Princípios, das Causas e das Origens de todas as Realidades e de seus fatores finitos e infinitos; da Lei básica do Cosmo Espiritual (vide como o definimos no Postulado 5º), etc. Esses Arcanos são do Conhecimento Absoluto da Deidade.
B) Arcanos Cósmicos, cujos conhecimentos são extensivos às Hierarquias Constituíclas, que tratam da mecânica Celeste ou dos fatores* quantitativos e qualitativos da natureza-nattural e das Leis Gerais e regulativas da Evolução dos Seres Espirituais pelo Universo-Astral (vide como o definimos no Postulado 7º)
C) Arcanos Maiores (21) e Arcanos Menores (57) que tratam diretamente das Leis e 'subleis regulativas do planeta Terra e dos fenômenos de sua "criação" e da Evolução dos Seres Espirituais através dele. Enfim, das "causas e dos efeitos" inerentes à sua Humanidade.
Livro: Doutrina Secreta da umbanda
W. W. da Matta e Silva(YAPACANI)