Cremos e ensinamos que existe uma substância-etérica, invisível, impalpável, própria do Universo-astral, como básica, fundamental, fonte geradora das transformações e condensações incalculáveis.
Essa substância é preexistente; coeterna do espaço cósmico, porque existe dentro dele.
Incriada, isto é, não foi criada por Deus-Pai, no sentido direto de tê-la extraído, gerado, de Sua Própria Natureza Divina...
Sua origem real é Arcano Divino - domínio da Sabedoria Absoluta de Deus-Pai. Só Ele conhece a razão das coisas finitas e dos fatores infinitos.
Esta dita substância-etérica sempre existiu de moto próprio, em turbilhões indirecionais (isto é, seu estado potencial ainda não produzia o que a Física denomina de “campos de gravitação”), em convusionamento, sempre a transformar-se em elementos de variação inconstante: era o chamado caos das religiões.
E para nos fazer mais compreendidos, na mais singela das relações (porque nosso caso não é de definições de Física nuclear, por essa ou aquela Escola, e, sim, estabelecer um conceito metafísico ou filosófico, ponto de doutrina): essa substância-etérica, em constante estado de convulsionamento, de explosão, não chegava às condições de gerar ou de se transformar nos ditos “fluidos universais”, que produzem a Luz, o calor, a eletricidade, o magnetismo, etc.
E eis por que Moisés falou da “criação do mundo”, no Gênese, assim: “no princípio era caos”, afirmando mais que Deus disse: “haja luz e houve luz”, etc.(Gen. Cap. 1º Vers. 3).
Portanto, cremos e ensinamos que foi o Poder Operante de Deus-Pai que dinamizou a citada substância, coordenando¹ sua lei natural, o seu moto próprio, a fim de que ela produzisse, como produziu, os denominados íons, num sistema molecular, que são os fluidos universais, consubstanciadores dos átomos, com seus elétrons, prótons, etc., positivos e negativos. Daí é que entendemos a escala atômica, com seus átomos de qualidade diferenciadas, porque, se assim não tivesse sido coordenada, não ficaria nas condições apropriadas para receber e plasmar a dupla manifestação dos Seres Espirituais, ou seja, a sua dupla linha de afinidades virginais.
Ainda podemos esclarecer (seguindo nosso conceito metafísico) que esses “fluídos-cósmicos, ou universais” são os mesmos que a Escola Oriental denomina tatwas, “formadores dos mundos”.
É preciso que esclareçamos ainda que a substância é também considerada por várias escolas como a matéria cósmica indiferenciada, antes de gerar as condições acima ressaltadas (vide o que definimos a mais, no 2° aspecto do Postulado que trata do espaço cósmico).
Em suma: cremos que essa substância e, por extensão, a matéria, teria que receber, como recebeu, vibrações de acréscimo do Poder Inteligente, visto não ter as mesmas faculdades que são inerentes aos seres espirituais (as nossas), como inteligência, vontade, etc., que englobam aquilo que sentimos ser da Consciência.
Cremos ainda que esse dinamismo Divino se impôs sobre a substância como condição regulativa - pela mercê do Pai - a fim de proporcionar uma 2ª via de evolução mais apropriada, dado o uso do livre-arbítrio, dos Espíritos, quando resolveram abandonar o Cosmo Espiritual² para descer ou penetrar no outro lado do espaço cósmico, onde habitava e habita a substância-etérica.
Por isso - já o dissemos - foi que o PAI criou Universo-astral.²
Em conseqüência desses fatores é que a Doutrina Secreta da Umbanda define dois aspectos cármicos essenciais: o CAUSAL e o CONSTITUÍDO.³
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1 Vide postulado sobre origem do sexo que aponta uma das razões essenciais do porquê dessa coordenação.
2 - “NA casa de meu Pai tem muitas moradas” - está escrito no Evangelho. As moradas, é claro, são os planetas.
3 Vide como os definimos adiante.
Fonte: Doutrina Secreta da umbanda
Autor: W. W. da Matta e Silva (YAPACANI)