Conversa com o leitor

Leitor, se você já leu nossas obras deve ter sentido que na intitulada Umbanda - sua eterna doutrina não pudemos, em certos pontos essenciais, expressar mais claramente nossos pensamentos.

 

No transcorrer da tarefa que nos foi dada, de escrevê-la, surgiram certas dificuldades de ordem pessoal, e não o fizemos a contento, tanto quanto desejávamos, pelo que nos havia sido revelado.

 

A presente obra - Doutrina secreta da Umbanda - veio esclarecer muito mais os citados pontos essenciais inerentes aos Postulados da Corrente Astral de Umbanda.

 

Afirmamos que, nesta, podemos definir serenamente os conceitos básicos de nossa Escola.

 

Portanto, se em Umbanda - sua eterna doutrina você julgar ter encontrado ligeiros senões, pretensas contradições, ao se confrontar com essa que vai ler não se apresse em assim pensar ou admitir.

 

O que houve foi um jogo de palavras usado na ocasião para expressar o que tinha que ser dito. Isso há vinte e sete anos. Porém, o que está ali definido como Postulados, etc., nesta está registrado de forma mais objetiva, pois entramos diretamente pela simbologia do Arcano Maior.

 

Então, o que aconteceu também - já o dissemos - foi, além de uma revisão-corrida, a falta de nossa coordenação final, por estarmos enfermos na ocasião.

 

Esta nossa conversa, leitor, não vai findar aqui. Permita um “desabafo” mais comprido.

 

Esta obra - Doutrina secreta da Umbanda - é produto muito mais, mesmo, de nossos fatores mediúnicos; não a criamos como obra de nossa própria mente ou ideação.

 

Certos de que nossa capacidade de recepção, de assimilação, de penetração e conhecimentos gerais, mormente no setor filosófico, formaram o “campo” propiciatório a ser usado.

 

Todavia, fomos terrivelmente pressionados pelo astral, dada a resistência que vínhamos opondo a essas comunicações ou revelações tão profundas de nossa Doutrina interna.

 

Passamos mais de um ano recebendo projeções elucidativas, de Mentores astrais, sobre tais assuntos. Dúvidas cruciais nos assaltavam constantemente sobre tais e tais ângulos ou aspectos. E era quando sentíamos a- corrente astral atuar com tamanha precisão, a ponto de, a par da recepção intuitiva, serem apresentados em nosso campo mental imagens e quadros elucidativos de toda ordem, relativos a determinados fatores físicos e morais que custávamos a assimilar.

 

Levamos mais de um ano - dissemos - porque percebemos, também, que estava havendo uma espécie de choque de opiniões entre duas correntes no astral-afim. Uma que pressionava para começarmos de imediato a escrever e outra que achava que devia ser adiado mais este livro, isto é, as revelações, pelo Arcano Maior, dos Postulados.

 

Venceu naturalmente a primeira, liderada por uma Entidade que se nos apresentava, na clarividência, sob a forma de um velho e majestoso índio, paramentado como se fosse um velho pajé ou morubixaba da Antiguidade.

 

E realmente era, ou melhor, foi. Identificava-se como “caboclo velho payé” e nos disse mais, que havia sido um dos condutores da antiquíssima raça Tupy, na ocasião em que se deu uma separação nesse tronco racial, formando-se duas correntes migratórias: uma veio a ser a dos tupy-nambá e a outra a dos tupy-guarany.

 

“Caboclo velho payé” disse mais que havia ficado com a primeira, na direção dos tupinambás, “dominando por essa sagrada terra, onde o Cruzeiro do Sul nascia”.

 

Disse ainda que assim procedeu para preservar a Tradição da Ordem Espiritual, consubstanciada na Tuyabae'-cuaá - a sabedoria dos velhos payés (pajés).

 

E foi essa Entidade quem conduziu o nosso muito querido “preto-velho” ao astral superior, a fim de receber o selo da Ordem de Miguel Arcanjo, dentro do grau conferido. Esse grau deu-lhe o direito de trabalhar diretamente com a “corrente das santas almas do cruzeiro divino”, denominação que lhes foi aplicada no plano astral superior por ser de ação e execução direta sobre o planeta Terra. É o que chamam por aí, confusamente, de linha das almas.

 

Sem o menor resquício de vaidade, irmão leitor, é preciso ter um cérebro “duro” para ser usado como o nosso tem sido, sem consequências maiores.

 

Porque definir conceitos como estão definidos nessa obra foi uma coisa, porém receber as mensagens e as elucidações necessárias à nossa própria razão foi outra, duríssima mesmo.

 

Foi quando, no dilema em que estávamos, oramos e pedimos co-participação direta na responsabilidade, forças suficientes para tal finalidade, e cremos que tudo isso nos foi concedido, porque a obra aí está.

 

Leitor, vamos espichar mais um pouco essa conversa? Vamos enveredar por ângulos mais profundos? Impossível que o Pai houvesse mandado revelar à primitiva humanidade, na época adequada, através de seus mentores ou condutores, várias religiões, com vários conceitos e diferentes entre si.

 

Impossível que a Lei Divina, UNA, imutável, fosse revelada sob fundamentos diferenciados e contraditórios entre si.

 

E isso nunca aconteceu, porque, se você penetrar nos ensinamentos ou no que ensinam os livros sagrados de todos os povos e no que há mesmo de mais interno da literatura autorizada, consultar fontes não sectárias, não dogmáticas, etc., concluirá, fatalmente, haver existido uma só lei, uma só Tradição, que sempre foi privilégio das elites sacerdotais - magos, profetas, taumaturgos, messias e outros, em todos os tempos.

 

A Tradição (a Ordem Espiritual, Ciência do Saber ou Kabala) que revela essa lei, essa religião, vinha atravessando os milênios, zelada pelos iniciados-guardiães de cada povo, de cada raça, servindo de fonte onde todos os condutores e reformadores iam beber os verdadeiros ensinamentos, para depois adaptá-los à mentalidade da massa cega, ignara. Toda religião tem sua sub-religião, é claro.

 

Assim, de pesquisa em pesquisa, escoimando o sectário, o deturpado, o interpelado, o falsificado em toda essa literatura¹ evangélica, bíblica, espirítica, espiritualista, esotérica, gnóstica, teosófica e do ocultismo oriental, etc., você, leitor, chegará a conclusões de estarrecer.

 

Por exemplo: verificará que os próprios Mahatmas indianos ensinaram que “a Luz (isto é, a Tradição, a Ordem Espiritual etc.) veio do Ocidente, da terra de Gondwana, mãe da terra de Mu”.

 

O Ocidente você sabe onde é, claro - mas e as terras de Gondwana e Mu? O que foram e onde eram? Vamos dar-lhes uma ligeira síntese esclarecedora.

 

A terra de Gondwana foi chamada de Lemúria pelos indianos e era constituída da América do Sul, África e Oceania, também denominadas Continente Antártico, que se ligavam e formavam a maior porção de terra firme emersa do oceano na era secundária do nossa planeta.

 

É sabido que, desde a sua primitiva formação, este nosso planeta sofreu acentuadas transformações orogênicas, geológicas, etc., isto é, a face geográfica deste nosso mundo nem sempre foi a mesma, devido, justamente, a esses fenômerios cósmicos, sísmicos, meteorológicos, vulcânicos, etc. que sobre ele se abateram.

 

Essas condições fenomênicas foram intensas até a chamada era secundária, durante a qual esses ditos fenômenos provocaram a emersão das águas oceânicas, primeiramente, de um imenso plateau - que foi e continua sendo a parte central deste nosso Brasil, berço do homus-brasiliensis ,precursor' da mais antiga raça humana, de que a História da humanidade não fala porque está presa aos preconceitos dos clássicos europeus. Dessa antiga ou primitiva raça originou-se o denominado tronco dos Tupis.

 

Assim, estamos dizendo a você, leitor amigo, que o primeiro continente a emergir do pélago universal foi o Brasil e, consequentemente, a América do Sul; e necessariamente, logicamente, ele foi o primeiro a fornecer condições climáticas à eclosão da primeira humanidade, já na era terciária mesmo, a qual relacionamos com a chamada pela tradição iniciática de raça pré-adâmica.²

 

A terra de Gondwana - que era constituída do que hoje denominamos América do Sul, África e Oceania - sofreu naquela época uma bipartição, surgindo disso o chamado continente afro-brasileiro e o dito continente australo-indo-malgaxe.

 

Portanto, sendo a Lemúria dos indianos o que acabamos de expor e fazendo parte dela a atual América, e o Brasil estando situado nela, e tendo sido a primeira porção de terra firme a emergir do pélago universal, é claro que tenha sido o berço da primitiva humanidade.

 

Agora, a terra de Mu, a que os Mahatmas aludiam como filha da terra de Gondwana³, era, justamente, a mesma Atlântida de Platão, denominada Mu pelos aborígines do Yucatán (México), aquela extensa porção de terra que ligara a atual America do Norte a África, desde a era terciaria.

 

Foi essa porção de terra que submergiu, assunto esse debatidíssimo na literatura esotérica, ou no chamado ocultismo.

 

Bem, para não entrarmos numa série infindável de detalhes e fatores, basta lembrarmo-nos de que é do conhecimento geral, histórico", ter havido uma penetração dos maias, raça remanescente dos atlantes e oriunda da América, pela Índia, Egito, Caldeia, Babilônia, e outras regiões da África e Ásia, há mais ou menos 12.000 anos, por onde espalharam sua maravilhosa cultura e civilização e já encontrando na Índia a mesma Ordem Espiritual, a Tradição completamente deturpada, legada dos ditos atlantes.

 

Então, assim, estamos levando o leitor a admitir que aqui, na América do Sul- do Brasil - considerada como “Novo Mundo”, foi  que em realidade “o Novo Mundo nasceu”. E foi por isso que- os Mahatmas disseram que a “Luz veio do Ocidente”. "

 

Mas ainda temos que lhes 'dizer uma coisa: a maioria dos estudantes do ocultismo vivem “ofuscados” pela literatura oriental indiana, do gênero ocultismo, espiritualismo etc., como se somente do Oriente pudessem vir os raios luminosos do saber integral da verdadeira Tradição. Muitos chegam até a usar balandraus imponentes para revirar os olhos e falar da filosofia oriental. conquanto outros o fazem com mantos e capuzes coloridos, tipo “ku-klux-Klan" americana.

 

O Oriente não foi berço da Tradição Iniciática, nem mesmo da Ordem Espiritual que regia e rege os destinos da Humanidade, desta e daquelas priscas eras.

 

Vejamos: a Índia, leitor, já foi uma colônia africana, completamente interpenetrada e dominada pela raça negra, desde o tempo de seu primitivo apogeu.

 

Durante esse primitivo apogeu a raça negra chegou até a dominar grande parte da Europa. Possuía caracteres físicos e morais próprios. Era uma raça bela, de formas estatuárias, da qual ainda alcançamos as provas disso no tipo dos felanis, que aportaram ao Brasil e que Nina Rodrigues estudou.

 

Assim, não nos referimos naturalmente a esses subpadrões físicos, degenerados, que nos séculos posteriores foram-se destacando em tribos e dialetos diferenciados, já apontados nos chamados  bochimanes pelo poeta indiano Valmiki, em seu poema heroico Ramayana, que descreve a conquista daquela antiquíssima colônia africana por uma legião de macacos, tendo Rama e os celtas à frente. É claro que nos referimos àquele padrão racial negro que mesclou profundamente o indiano. Basta notar-se que esse ainda conserva a epiderme bastante escura.

 

E foi precisamente nessa tão decantada Índia (antigo Industão, denominado também Bharat-Khant ou Bharat-Versh - que traduziram como o Tabernáculo de Bharat ou a Lei Divina, dada pelo primitivo legislador Bharat) que Rama reconstituiu a tradição, visto encontrar-se postergada, esquecida mesmo, dado o longo domínio e influência decisiva da raça negra, extremamente supersticiosa, eivada de fetichismo grosseiro. Lá ainda existem centenas de seitas, com práticas iguais ou piores que as das chamadas “macumbas africanas”, e das quais uma maioria de estudiosos “macaqueia” gestos, regras, rituais e concepções; novamente, há 8.600 anos, esse citado Rama - um celta europeu - reimplantou, de fato, a LUZ, ou seja, a, a verdadeira Ordem Espiritual, já perdida, após a penetração dos citados maias.

 

Esse Rama não foi um personagem místico ou, apenas, lendário da Índia. Testemunham a existência dele e de seus feitos inúmeras e autorizadas obras, inclusive como o mais decisivo e influente patriarca legislador da Índia, do Egito e do Irã.

 

Esses fatores foram exaustivamente pesquisados e provados, inicialmente por Fabre d”Olivet, em sua Histoire philosophiqae Du genre hamain, e também por Eduard Schuré, em sua obra Les grands initiés, já traduzida no Brasil.

 

Porém, quem mais se aprofundou foi Saynt-Yves d”Alveydre, em várias obras, principalmente em seu L”arche0metre (espécie de livro tabu), no qual prova, histórica e cientificamente, que o Ciclo de Rama, na Índia, foi um fato inconteste, pela Cronologia dos Bramas, pela de Arriano, e por uma espécie de planisfério astrológico, deixado pelo próprio Rama, na forma de uma esfera estrelada, com hieróglifos e sinais herméticos.

 

Portanto, quem reimplantou a Luz que se havia apagado naquele Oriente, ou essa mesma Ordem ou Tradição que regia todos os povos, foi Rama, legada dos atlantes - raça oriunda do Ocidente, isto é, da América.

 

Então, ainda em sintonia com esses fundamentos, demos agora um “pulo” bem à frente desses séculos que se passaram, para falar- mos do famoso cisma de Irschu, acontecido nessa mesma Índia há 5.600 anos mais ou menos e descrito no livro Védico -Skanda-parãna - citado e comentado por inúmeros autores.

 

Esse livro conta que a Ordem Espiritual reinante sofreu terrível perseguição e foi praticamente atrasada, por ocasião daquele cisma.

 

Quem provocou aquele famoso e lamentável acontecimento histórico e religioso foi o ambicioso príncipe Irschu, filho do imperador Ugra, daquele tempo, que, sequioso de poder, serviu de joguete a uma determinada corrente ou casta sacerdotal de magos-negros, que vinha combatendo a Ordem Dórica, confirmada como a verdadeiramente legal pelos patriarcas da Ordem de Rama. Essa casta sacerdotal de magos-negros, chefiada por um de nome Ravana, vinha traduzindo erradamente (porque não tinha os conhecimentos certos) os sinais-chaves,

 

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Que davam a interpretação correta da “passagem dos mistérios” dos Arcanos Maiores para os Menores, da dita Kabala, conservada zelosamente pelos citados sacerdotes da Ordem de Rama, como oriunda mesmo do próprio planisfério-astrológico, deixado por aquele patriarca da Índia antiga.

 

Deve-se ainda esclarecer ao leitor que essa corrente do Príncipe lrschu vinha implantando o culto feminino da Natureza (do natura-naturandis,ou matéria pura), como o Princípio Feminino criador de tudo e de todas as coisas, enfim, como o princípio único gerante gerador do próprio espírito.

 

As coisas estavam nesse pé, há 5.600 anos, dizíamos, quando a inconformação desse príncipe e dessa casta sacerdotal provocou uma revolta armada, sendo finalmente vencidos e expulsos da Índia.

 

Foi quando passaram a invadir e se estabelecer na Ásia Menor, Arábia e Egito, combatendo ferozmente a Ordem Espiritual de Rama (a mesma Dórica) ao mesmo tempo que conseguiam implantar novos sistemas de governo, etc., cimentados no militarismo e na tirania. Foi também quando estabeleceram a Ordem Iônica ou Iônia.

 

Então, no auge dessa revolta, os sacerdotes bramânicos da Ordem de Rama fizeram chegar, ocultamente, às mãos dos sacerdotes de Mênfis (filiados a essa dita ordem) um rolo de couro, no qual estavam' impressos hieróglifos e sinais herméticos, na forma de 78 quadros diferenciados, a fim de que zelassem por ele, dada a situação reinante. Esse rolo continha a súmula do saber humano, legado de Rama, através de seu planisfério cabalístico. Entretanto, daí foi que nasceu o embaralhamento da verdadeira Tradição, ou Kabala.

 

Ora, conforme dizíamos, os remanescentes desse cisma penetraram aqueles territórios, inclusive o Egito, após a fuga, e passaram a combater a “ferro e fogo” a mesma Ordem Espiritual encontrada, até que instituíram a j á citada como Iônia. Que fizeram os sacerdotes da Ordem de Mênfis com esse rolo de couro?

 

Temerosos e zelosos pelo guardado, reproduziram em 78 quadros-murais os hieróglifos e sinais originais, numa segunda chave de interpretação, e esconderam o verdadeiro rolo de 78 quadros em lugar ignorado até hoje, e os copiados esconderam nas pirâmides de Mênfis.

 

Lá permaneceram por muito tempo, até que foram reencontrados. Porém, o segredo dessa segunda chave de interpretação perdeu-se com os sacerdotes que foram perseguidos, banidos ou mortos.

 

Os sacerdotes de Mênfis que posteriormente se agruparam não foram os mesmos. Muito tempo depois é que os sacerdotes iniciados judeus aprenderam nessa Kabala, e depois “fabricaram” a sua, que denominaram Kabala hebraica, adulterada e ainda mais falsificada, visto esses sacerdotes judeus terem adaptado os Arcanos Maiores e os elevado para 22, a fim de corresponderem às 22 letras de seu alfabeto, ficando os Menores com 55, no que os alterou sensivelmente, para pior. O certo seria o que estava lá, na original, 21 Maiores e 57 Menores.

 

Tanto assim que o conhecido como Ta Roth deriva dessa Kabala hebraica e foi composto com figurações, que, por sua vez, originaram as cartas do chamado baralho, ou Tarô, egípcio.

 

Cumpre ressaltar que “tradição do saber”, quer no egípcio antigo, quer no hebraico, significa KABALA, tanto que lhe deram como potência numerológica o número 22, pois ensinam que KA = 20, e BA = 2, e LA, por metátese, EL, seria Deus ou a potência dos 22, isto é da KABALA.

 

Pois bem, é nessa fonte, no desdobramento dessa Kabala hebraica, que quase todo ocultismo  ocidental bebeu e bebe as águas lustrais da sabedoria de antanho. Estamos convictos,irmão leitor, de lhe ter dado uma idéia singela, porém real, do que há por aí em matéria de ocultismo e conceitos, e como literatura decorrente e originária do Oriente.

 

E não se esqueça de que o próprio Moisés, depois de 2.000 anos do cisma de lrschu, ao iniciar sua formidável missão, tinha como um de seus principais objetivos reimplantar o monoteísmo no seio de seu povo decaído, degenerado, entregue à idolatria. Teve que ir buscar em outras fontes os ensinamentos para compor a sua Gênese, e isso o fez procurar JETRO, sábio sacerdote de Midiam e iniciado, depositário dos segredos da verdadeira Tradição, isto é, da Kabala Ária, ou Nórdica.

 

E não se esqueça também dessa famosa censura, atribuída ao Cristo - Jesus: “Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da ciência; vós mesmos não entrastes e impedistes os que entravam”.

 

E ainda como finalíssima dessa extensa conversa com você, leitor amigo: que não o surpreenda o aqui exposto, isto é, a não existência de dados positivos da antiga tradição ou da perda da chave dos mistérios ou da interpretação deles, pois a história dos povos e das raças está cheia de contradições e lacunas, inclusive a nossa, a do Brasil.

 

Veja-se a do Egito, que somente por intermédio do sábio Champollion veio a ser reconstituída em seus amplos e positivos aspectos, até então desconhecidos.

 

Veja-se ainda nessa antiquíssima civilização chinesa, em que o mais antigo sábio que a história registra foi FO-HI, que viveu há 5.500 anos A.C. nessa mesma China, onde Chi-Hoang-Ti, em 213 A.C., mandou arrasar todas as bibliotecas existentes havia 25 séculos.

 

E os Vedas? E os Siddhanras dos Bramas, ditos Suryas, que, dos 5 citados, só escapou um, esse que aponta os livros Védicos como já existentes há 58.000 anos, segundo Paul Gibier e outros? Aí está por que abalizados autores afirmam que certas tradições são confusas, incongruentes. Continuemos mais um pouco clareando o raciocínio do leitor. Veja-se também que, na Babilônia, seu rei, Nabon-Assar, já no ano 747 A.C. destruiu importantes livros ou bibliotecas.

 

Omar, inconsciente discípulo de Maomé, o Profeta, transformou em cinzas a famosa e preciosíssima biblioteca de Alexandria, reconhecida' como inapreciável tesouro das tradições da Humanidade.

 

Os Arquivos do México e Peru foram também queimados a mando do fanático Bispo Las Casas, espanhol. Inscrições, livros e monumentos antigos, reveladores e referentes às primitivas religiões foram todos destruídos pelos primeiros papas romanos. Então é simples compreender-se o porquê de as tradições iniciáticas, patriarcais, etc. estarem desvirtuadas, esquecidas ou transformadas. Foram essas sucessões de fatos, manifestados em todos os povos ou raças, que deram causa a esses acontecimentos.

 

¹Existe uma sólida e autorizada literatura, principalmente francesa, de Saynt-Yves, Fabre d'Olivet, Dupuis, Albert Coste e outros, que ainda não “entrou” no Brasil... traduzida. '

² Se você, leitor; tem dúvidas sobre tais assuntos e quer detalhes e provas, pode também fazer como nós, pesquisando e aproƒundando-se  nos autorizadíssimos estudos de cientistas , geólogos, etc. como Lund,Branner; Hartt, Gerbet; Le Plongeon, Ameghino , Daria e outros mais, e ainda, diretamente, nessas obras de Domingos Margarinos, um  dos mestres rosa-cruz do passado, editadas em 1938, 39 etc. : Mistérios da pré-história americana, O Brasil antes de 1500, Amerriqua, O Velho Novo Mundo e outras.

³  Era assim denominada, nos antigos mapas de Lapparent, para identificar aquele imenso bloco de terra que primeiro emergiu na era secundária e era constituído pelo que hoje se conhece como América do Sul, África e Oceania.

Bem como nos documentos cartográficos de Ptolomeu, editados no ano de 1508, em Roma, já constava a. denominação de Terra de Santa Cruz, extensiva as três América; tanto era que outros cartógrafos e escritores sempre aludiram a essa Terra da Santa Cruz como “terra do Brasil, também denominada América”.

Ysola de Mayotlas era outra denominação dada ao Brasil, como ilha, no famoso mapa de Picignano.

Fonte: doutrina Secreta da umbanda

Autor: W. W. da Matta e Silva