2°Postulado (à origem e “criação” dos Espíritos)

Cremos e ensinamos que os Seres Espirituais, carnados e desencarnados, quer no planeta Terra ou mesmos de qualquer  sistema planetário do Universo Astral, e ainda como habitantes do Cosmos  Espiritual, em suas condições de Espíritos puros (isentos de quaisquer veículos ou injunções da substância-etérica), são de uma natureza vibratória que não se desintegra, isto é, não é sujeita a nenhuma espécie de  associação ou desassociação (exemplificando: assim como elemento que pode ser composto, decomposto, derivado, enfim, como algo que sai de outra), porque são distintos da própria setessência da matéria.

Cremos que os Espíritos são Incriados, porque a origem da natureza vibratória de cada um se perde no infinito do tempo. Só quem sabe a razão de sua real origem é Deus. Portanto, coeternos com Deus-Pai.

Cremos e ensinamos mais, que os Espíritos têm como potência intrínseca esses atributos essenciais que definimos como consciência, inteligência, volição, sentimentos, etc.

Habitam também o espaço cósmico tal e qual a substância-etérica, porém as naturezas dessas três Realidades são extrínsecas entre si, como também essas três citadas realidades - espaço cósmico, substância e espíritos - são extrísecas, da Natureza Divina.

Cremos ainda que todos os Seres Espirituais se revelam e se expandem em Consciência, Inteligência, etc., porque são da mesma natureza vibratória incriada.

Todavia, a tônica-própria de cada um o faz independente. Cada um vibra, por suas afinidades virginais, como quer e para onde quer: é o dito livre-arbítrio, ou o uso da vontade, que podia ser cancelado pelo Deus-Pai e não foi... E assim é que adquirem estados de consciência distintos um dos outros.

E é por causa disso, dessa distinção consciencional - reveladora dos próprios aspectos morais de origem - que os espíritos não podem ter saído, originado, da própria Natureza Divina do Deus-Pai. E foi por via desses fatores que adquiriram a Sua Paternidade Moral, no sentido da educação espiritual, da evolução.

Como imagem singela: nós, os espíritos, vibramos como pequeninos centros de consciência em evolução, e Ele, Deus, vibra a Consciência Suprema, Integral, Perfeita, que nos dá, por acréscimo, tudo aquilo de que vamos necessitando, na escala evolutiva.

 

No entanto, é de origem indefinida, eternal de cada ser espiritual, que surge essa diferença, essa distinção, se bem que, na realidade, sejam todos da mesma “essência” virginal, e é precisamente em virtude dessa condição que revelam simultaneamente suas afinidades originais, assim como consciência, inteligência, vontade, sentimentos, tendências, etc., porém não implicando assim, absolutamente, que eles se tenham originado da própria “essência” do Espírito Divino - Deus; que tenham sido feitos ou “fabricados” da própria natureza do pai.

Esse é um dos ângulos fundamentais suscitado à indução e à dedução teológica e metafísica ou à meditação e à interpretação do iniciado, de vez que terá de encontrar, por si mesmo, em sua razão, a lógica para essa distinção entre esses dois termos, dentro da seguinte afirmação: o ter-se originado da mesma não é ter-se originado da própria de cada um e muito menos da do própria Deus-Pai.

Você, que agora mesmo está lendo isso, tem consciência, inteligência, livre-arbítrio, alcance mental para mais ou para menos e nós (o autor) também temos esses mesmos atributos, mas não somos iguais no modo de pensar, querer, ambicionar, amar, errar, agir e evoluir.

 

Em suma: as suas aquisições morais e intelectuais que definem o grau de estado de consciência, são atributos do seu espírito e se distinguem do nosso e de outros quaisquer, porque são independentes - cada qual cria livremente as suas próprias condições cármicas ou de destinação.

Entenda-se: essa questão de extrair uma coisa da outra é química, é física, é atômica, porque só se tira algo daquilo que é composto, que está sujeito às associações.

Um eléctron - ou mesmo um próton - é uma das partículas elétricas mais simples do átomo e mesmo que a Física, amanhã, pretenda “dividi-lo teoricamente”, o fará apenas em outras partículas, que serão sempre, eternamente, as unidades simples da substância etérica básica.

Portanto, nós - os espíritos evolutivos, inclusive os mais altos mentores espirituais do planeta - o Cristo-Jesus, as Potências Espirituais, as Hierarquias Cósmicas, o Deus-Pai, somos todos imaterias, isto é, jamais dependemos do eléctron (e nem mesmo do que a ciência já começa a definir como as partículas contrárias, assim como o pósitron, etc., e que já são apontadas como geradoras de uma antimatéria), do próton, do nêutron, do átomo, da energia ou da substância elétrica para ter consciência, inteligência, livre-arbítrio, etc.

Esses elementos do natura-naturandis nos vêm servindo como canais desses citados atributos nossos e somente porque estamos no Universo-Astral, nessa 2ª Via de Evolução, visto termos abandonado a 1ª Via, o Cosmo Espiritual, “o outro lado da Casa do Pai”, ou seja, ainda, aquelas infinitas extensões do Espaço Cósmico, onde a energia ou a substância jamais interpenetrou.

 

Em suma, somos perfectíveis - sujeitos ao aperfeiçoamento moral - sim, porém no sentido restrito de evolução, principalmente pela Via dependente do Universo-Astral, essa que desconhecíamos, ignorando ter tamanhas injunções e tentações, porém, nunca, jamais, por termos sido criados imperfeitos moralmente, da própria Natureza do Deus-Pai.

Como também cremos que o Deus-Pai, sendo Perfeito, Onisciente, etc., não iria criar, também, de Si Próprio - de Sua Natureza Divina, a substância-etérica, para que posteriormente servisse de tentação e de via ou “campo” de duras expiações ou provações, como se da Suprema Bondade pudesse germinar o princípio do bem e do mal, ou uma coisa que iria, fatalmente, concorrer para derivar sentimentos ou atributos morais, em aspectos piores, terríveis, imprevisíveis.

Eis por que as religiões dogmáticas e outros sistemas filosóficos concorrem para o positivismo ateu, quando pregam secamente que “os espíritos foram criados simples e ignorantes” por Deus, como se defeitos morais próprios de estados de consciência se tivessem originado da Consciência Suprema, Perfeita, do Pai de Eterna bondade.

 

Fonte: Doutrina Secreta da Umbanda

Autor: W. W. da Matta e Silva