A coroa de espinhos do mestre
Ao longo da história de todas as escolas e setores filo-religiosos, temos registros de decepções, ingratidões e traições que todo mestre sofre. Inclusive o Meigo Cristo Jesus teve o “seu” Judas.
Como deixou registrado Pai Guiné de Angola, em suas “As Sete Lágrimas de Pai Preto”, o salário do médium é quase sempre a ingratidão. E não foi diferente com mestre Matta e Silva, que sofreu tentativas de motins, traições, ingratidões, etc.
Até depois de desencarnado, continuam as ingratidões e pessoas falsificando documentos, pois querem ser reconhecidos como mestres, de qualquer forma, pois a vaidade fala mais alto que a caridade.
Embora Matta e Silva ao realizar as iniciações, mostrasse a imagem do Cristo com a coroa de espinhos, há quem deseje a coroa de ouro e o mestrado do Matta.
Entre vários espinhos em seus caminhos, vou aqui relatar um fato que foi narrado pelo mais antigo dos Mestres da Raiz.
Não vamos citar nomes, até porque na época o próprio Matta fez tudo de forma a não chamar a atenção de ninguém, nem do próprio larápio.
Esse usurpador, ave de rapina, ainda está vivo e ainda se considera o pipão da banda, mas... contas terá que prestar aos Tribunais Cármicos.
O que vamos relatar, infelizmente, é triste, vergonhoso, e mostra que qualquer um está sujeito a isso, principalmente aqueles que abrem as portas de sua própria casa para ajudar, orientar, retirar as mazelas daqueles que ali os procuram. Mas os tempos são chegados e a função do site é mostrar um pouco dos bastidores de Itacuruçá.
Todos os iniciados e amigos, irmãos de fé que frequentaram o terreiro de Itacuruçá, sabem que Matta e Silva tinha uma cristaleira em sua casa, onde guardava recibos de impressão de livros, fotos antigas da época em que esteve no exército e antigos congares, livros como arqueômetro e outros tantos, bem como, as primeiras edições de suas obras, além de fotos e outros papéis particulares.
O Matta não permitia que ninguém mexesse nesta cristaleira e todos até ali sempre respeitaram essa condição.
Todavia, certo filho-de-santo, aproveitando-se da liberdade que tinha de entrar e sair de sua casa e aproveitando-se também do fato de que o mestre já estava com a visão bem comprometida, subtraiu alguns desses materiais do Mestre.
Isso aconteceu faltando poucos meses de seu desencarne. Assim que o Mestre sentiu falta, e após indagar a todos a sua volta, teve uma visão, onde o Astral mostrou ao velho mestre o larápio de seus objetos.
Imediatamente telefonou para a residência do gatuno, dizendo: “... aqui é Matta e Silva, devolva minhas coisas e não queira entrar em demanda com seu pai”.
Ao ver que o ingrato filho-de-santo não devolvia, em um rito público de forma discreta (pois até nisso o Mestre Matta era simples), fez um ritual, que pouquíssimos Mestres da Raiz conhecem - Ritual de Desligamento - do tal filho-de-santo. Assim, o Velho Matta, auxiliado somente por duas testemunhas, ainda vivas, e sem a corrente mediúnica e assistência perceberem, retirou “sua mão”, ou seja, suas responsabilidades sobre o dito filho ingrato, desligando-se assim de qualquer vínculo espiritual com o mesmo.
Duas semanas depois o velho Matta desencarnava com esse espinho cravado, chamando a todo instante de ingrato o tal sujeito, e foi por isso que o nome deste filho-de-santo não podia ser pronunciado diante dos herdeiros do velho Matta.
O filho ingrato ainda está vivo, em constantes mudanças, cisões e nitidamente sem direção, afinal ele traiu não só o Mestre Matta, mais também a toda uma Corrente Astral.
Mas a Balança de Mikael espera por todos, do outro lado...
Santa Paz
Rogério Corrêa
Abaixo uma reflexão do nosso irmão Tarso Bastos
O CASTELO DE AREIA QUE O VENTO SOPROU E O MAR LEVOU
Na Umbanda temos o seguinte paradoxo: Aquele que mais se insufla e segue cheio de si, proclamando na "boca de ferro" aos quatro cantos os seus feitos e direitos, é o mais fraco, infantil e digno de pena de toda a coletividade.
Que os umbandistas não se enganem e não tenham medo quando forem defender à Umbanda.
Pois que a força que os fracos e incompetentes adquirem, por diversos momentos se desenvolve, a partir de nosso próprio medo e receio.
Em outras palavras, só existe o senhor, porque o escravo também existe, sendo um necessário à existência do outro.
Quando o escravo passa à ver que o senhor somente detém o poder por causa de sua permissividade, as coisas mudam sobremaneira.
O tempo passa e o que não é da lei não passa junto.
Um castelo grande foi montado às custas do legado deixado por Matta e Silva, que por seu turno, foi incrivelmente distorcido por uma imaginação fértil e infantil. O que por si só, já deixa patente a fraqueza e a insuficiência espiritual do seu arquiteto.
Só que em razão de tudo isso, esse, em verdade, era um castelo de areia, que agora entra em seu perigeu....O MAR OUTRORA RECUADO, VEM PARA COBRAR O SEU ESPAÇO INDEVIDA E ILEGITIMAMENTE OCUPADO. E O CASTELO HÁ DE VOLTAR PARA A PRÓPRIA AREIA.
O tempo passa, mas, o que não é da lei, não passa junto.
Santa Paz
Tarso Bastos