Sacerdotes de pano.

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Sacerdotes de pano

 

Eles apontam caminhos com selos de garantia

Longos discursos e falsas promessas

Teorias líquidas, cobranças sólidas

Avisos! Alertas! Pressões! Críticas!

 

São caminhos sem saída, como um grande labirinto

Onde você se perde de você mesma

E não encontra mais nada, nem o eco de sua própria voz

que já não tem mais o som, que já perdeu todo o tom

Porque perdeu os sentidos, perdendo todo o juízo

de não saber mais quem você é,

de não saber mais o que você quer

 

De já não ver o que viu,

Pensando que não ouviu, o grito que ecoou

Vibrando em seu interior,

Tentando te despertar, te acordar para o amanhã,

Que te fizerem esquecer,

que te disseram não ser nada, do que ali havia

 

Que você estava errada, que sempre esteve enganada

Que você foi sempre um “nada”

Enquanto não os encontrou

Os sacerdotes de pano, marionetes de enganos

Vendendo tanta ilusão

No palco de iniciados e de mestres esfarrapados

das vestes que já não possuem

 

Da luz que já não se acende no escuro de suas mentes

Plantando ocas sementes naqueles que escravizaram

 

Pisando na Lei que um dia, juraram que honrariam

Mas hoje, jaz esquecida

no sótão daquele teatro

 

Mas, oh Senhora da Luz!

Ainda tens teus guerreiros, ainda tens teus soldados

Que ergam de suas espadas!

Que guardem os teus Portais

Que honrem a Tua Lei

E velem por Tua Luz

No Templo dos Imortais!

 

Yacyamara