A mediunidade na umbanda

Já temos escrito muito sobre mediunidade e, pelos esclarecimentos que demos, temos a certeza de que centenas, milhares de criaturas, de irmãos, já conseguiram se libertar, isto é, já quebraram os grilhões que prendiam a certas práticas “mediúnicas”...

 

Conseguiram essa libertação porque, lendo e meditando, vendo e comparando (segundo as simples elucidações contidas em nossas obras), romperam os “véus” que lhes obscureciam o entendimento e eles passaram a ver esses aspectos corriqueiros de certas sessões em suas justas condições...

 

E é por isso que doutrinam por todos os lados: “a pior cegueira é a da ignorância”... e o único remédio para ela se chama – esclarecimento.

 

Nós temos cumprido a nossa parte nesse mister – graças a Jesus, o Mestre de Justiça do Planeta Terra!

 

Não há escapatória, não há evasivas em face dos Tribunais do Astral para aquele que ilude, que explora e alimenta a boa fé do ignorante... sabendo conscientemente que deve e pode esclarecê-lo!

 

E nós estamos, como sempre, esclarecendo mais um pouco; vamos dizer “duras verdades”, porém, necessárias... Não nos move a vontade de destruir, atacar, criticar! Não! Apenas somos movidos por uma força imperiosa que, do astral, ordena que digamos a verdade – sempre a verdade...

 

Portanto, devemos reafirmar em alto e bom som: mediunidade, ou melhor, médiuns de afinidade direta da Corrente Astral de Umbanda existem!

 

Apenas não estão todos por aí, aos milhares, nas sessões de todas as noites, como se fosse a coisa mais banal desse mundo “receber” (incorporar) centenas e centenas de entidades...

 

Como se falanges e mais falanges de “caboclos e preto-velhos” estivessem à disposição deles – “médiuns”, prontas a entrar em função a um “simples toque de um botão elétrico”... em atendimento ao simples fato de assim desejarem...

 

Como se as condições reinantes na maioria dessas sessões estivessem de acordo, em sintonia, para que, dentro da Lei de afinidade, eles encontrassem campo para os legítimos contatos mediúnicos!

 

Dissemos acima que médiuns da Corrente Astral de Umbanda existem, mas não estão por aí, assim... às ordens de qualquer um...

 

É impossível que outros – não apenas nós – ainda não se tenham apercebido de que, há anos, já se fez sentir sobre todos os ambientes que praticam ou invocam as manifestações mediúnicas, a força de uma lei que, já em 1956, em nossa obra “Umbanda de Todos Nós”, denominamos como de retração!

 

Sim! Houve e continua havendo grande retração dos fenômenos mediúnicos ou espíritas propriamente ditos, sobre dezenas, centenas talvez de criaturas que portavam, de berço, o dom da mediunidade e apenas estavam aguardando o tempo justo do desabrochar!

 

Mas – porque isso aconteceu e está acontecendo? ...

 

Ora, porque mercantilizaram a mediunidade, expuseram-na nos balcões dos mais variados e inconfessáveis interesses e dos mais tortuosos desejos e, não é só: - expuseram os médiuns inexperientes em panoramas de vaidosas encenações, de tais humanas atrações que, os que não baquearam, caindo de vez, envolveram-se tanto e tanto que acabaram a “ver navios”... ficaram sós, sem assistência de seus protetores que foram ... “oló”...

 

Dizem que essas coisas todas e outras mais são sinais dos tempos, males da época, fim de ciclo!...

 

Cremos que sim! No entanto, precisamos fazer algo mais, todos, trabalhando, combatendo, doutrinando em benefício dos que ainda podem se salvar e dos que ainda não caíram nos abismos das quedas, dos fracassos. Lancemos, enfim, um brado de alerta nos predispostos... e, particularmente, aos que andam em busca do caminho certo e que “não querem comprar nem vender ilusões”...

 

Porque, em qualquer Tenda de Umbanda onde houver sinceridade, limpeza moral etc., é possível, é quase certo, ter a assistência desses humildes trabalhadores da seara do Cristo-Jesus – chamados “caboclos, pretos-velhos e crianças”...

 

Para isso é necessário que criem as condições indispensáveis a suas presenças! Porque, mediunidade é sublime missão, é luz redentora! É ter humildade, é ter compreensão, é ter simplicidade! Não queremos dizer, assim, que todos sejam perfeitos! Não! Perfeito só o Pai – como disse Jesus...

 

Porém, que cada qual se capacite e passe a entender claramente que, com sujeira de corpo, de alma ou de ações, NINGUÉM PODE SER UM VEÍCULO DE FATO E DE DIREITO DE CABOCLO OU PRETO-VELHO!!!

 

Assim, vamos iniciar agora mais uma de nossas conversações francas e diretas...

 

- Você, meu irmão umbandista, que dirige uma sessão, é chefe-de-terreiro, como se diz vulgarmente – tem o “seu terreiro”, cheios de médiuns? Claro – você o tem...

 

- Você é dos “tais” que “desenvolve” os seus médiuns rodando-os desesperadamente e jogando sobre eles as fumaçadas de um possante charuto ou de um rijo cachimbo, desse que até tem uma figura com chifres? E ainda diz por cima disso tudo, quando eles dão cabeçadas às tontas e mesmo caem no chão: - “você precisa ter mais fé... caboclo quer pegar você firme, mas você está muito duvidoso dele”...

 

...Pois bem, meu irmão – se você faz isso, não passa de “um cego, guia de  cegos”...

 

- Meu irmão “chefe-de-terreiro”: - você é desses que sugestionam uma criatura, afirmando que ela é médium mesmo, que tem um bonito caboclo ou um poderoso preto-velho e mesmo um grande “orixá”, só para prendê-la no seu terreiro e acrescentar mais um a sua corrente ou ao número dos que ali já estão nessa esperança, produzindo assim mais um candidato ao neuro-animismo e à mistificação inconsciente? É? ...

 

Pois bem – você está agindo mal, está alimentando a boa fé dos ingênuos, dos ignorantes, está vendendo ilusões e a qualquer instante você poderá cair em “maus lençóis”... porque, você esta querendo “mascarar” os outros, com sua própria “máscara”.*

 

* Porque oh! Irmão – sugestionar uma pessoa para ser “médium” é empulhar, ou melhor, é predispor o seu psico-somatismo a sensíveis e mesmo a graves irregularidades ou transtornos...

 

Conhecemos pessoas de um animismo tão profundo, que, “por dá cá aquela palha, recebem “espíritos”, às vezes, até deitados na alcova”...

 

E jamais podemos esquecer as ações de uma certa criatura que possui a mais perfeita máscara artística que já vimos num neuro-anímico. Ele chegava até a se emocionar, chorar mesmo... “quando via os espíritos”, ou seja, “as suas entidades protetoras”, que, naquela altura, já as contava em número de onze. Tudo nele, em matéria de mediunidade, era mais perfeito do que nos outros – pois chegava até a “testar” a mediunidade dos outros... Suas entidades [afirmava] são de alta função e iluminação...

 

“Possui” um “caboclo” que [segundo ele] é assim como uma espécie de chefe de polícia lá no astral... Tem “guias” caboclos, caboclas, bispos, padres, médicos famosos e iluminados do astral... até o Bezerra de Menezes ele “tem” [pois essa criatura neuro-anímica veio do kardecismo e virou “tata de umbanda”]...

 

Foi quando sua vaidade neuro-anímica se expandiu tanto, que ele “arranjou” ou se fez “médium” até de um MANU [Manu – no alto ocultismo indiano ou na filosofia oriental, vem a ser o mesmo que um Cristo Planetário]... Vejam! É para rir ou para chorar?...

 

E desses está tudo cheio por ai... A turma só quer “receber” Manus, Mestres orientais, caboclos chefes de legiões, médicos famosos etc..

 

Que é que se pode fazer com essa turma de neuro-animicos? Nada! Apenas orarmos sempre, para que eles deixem de “vender tanta ilusão a si próprios”...

 

- Meu irmão – “poderoso babalaô, tata, pai-de-santo, babá ou como quer que lhe chamem: você é desses que, além disso tudo, ainda inventam preceitos de toda sorte, vão às cachoeiras, ao mar, à mata (e à “encruza” também) e “empassocam” a cabeça das pessoas tidas como médiuns com bebidas e ervas confusas e ainda enchem o pescoço dos ditos com esses lindos colares de louça e vidro e até os envaidecem mais, determinando que eles adquiram esses vistosos cocares de penas multicores para se exibirem e dar mais encenação a sua sessão?... É? ...

 

Então, oh! “poderoso irmão”, a sua situação em face da lei, esta mal parada, mal situada. Nessas condições você pode esperar a qualquer instante um “estouro” do baixo-astral no seu terreiro...

 

Você está “brincando de umbanda”, ou está brincando com a verdade? A  tolerância também tem um limite...

 

Meu irmão em Cristo-Jesus: você é um desses tais que ainda fazem “camarinha” com raspagem de cabeça e sangue na dita, para “firmar o orixá”, nos “seus” filhos- de-santo? E ainda diz que isso é Umbanda de fato?

 

Não façam isso assim – dizendo que é de Umbanda... Pode ser de tudo que você queira, menos de Umbanda.

 

- Meu bom irmão, filho do mesmo Pai, que vem da mesma essência de todos nós, que é ou quer ser umbandista: vamos cumprir a nossa parte, vamos cooperar com o Cristo-Jesus, dentro da Corrente Astral da Umbanda!...

 

Vamos fazer a caridade, vamos ajudar os nossos semelhantes, vamos promover as condições adequadas para que os médiuns de fato possam surgir, possam  realmente desenvolver os dons que já tenham trazido do berço!

E para isso é preciso que você tenha na devida conta apenas esses simples fatores...

 

Mediunidade é coisa espontânea... Ninguém bota um dom na cabeça de ninguém! Quem faz isto são os Mentores Karmicos, antes mesmo do individuo encarnar... Isto é outorga, é concessão e consta na ficha karmica da criatura! É coisa que é posta em cima – não embaixo!...

 

Então, quando as criaturas que portam esse dom (em qualquer uma de suas modalidades) surgirem em seu terreiro, forneça-lhes as condições adequadas para que possam desabrochar!...

 

Médiuns precisam de ambientes serenos, precisam de harmonia e sobretudo que esses ambientes se pautem na linha justa da moral!... para se expandirem verdadeiramente!...

 

Então, para que essa barulhada de tambores, de palmas e de gritos? É carnaval? É terreiro de Umbanda ou escola de samba?

 

Esse alarido todo é para atordoá-lo? Para confundi-lo? Para estourar a sensibilidade neuro-medianímica de seus plexos nervosos?

 

Você não sabe – pois fique sabendo agora: com tambores, gritos e palmas, os médiuns acabam se atrofiando completamente! E é por isso que no seu terreiro tem muita gente “vestida de médium”, mas médium mesmo que é bom, não tem nem um...

 

Porque esses irmãos todos que estão ai, cercando você, uniformizados, denominados por você médiuns, estão confiando-lhe as suas questões espirituais, íntimas etc.; assim, é claro que você está assumindo uma tremenda responsabilidade karmica sobre eles! Portanto, cuidado, não os iluda com supostos dons mediúnicos...

 

E finalmente, meu irmão: você tem o direito de ter o seu terreiro, a sua sessão. O que você não tem direito é de alimentar – tornamos a dizer – a ignorância do ingênuo ou do crédulo, em seu benefício...

 

O que você precisa fazer e com urgência é o seguinte: promover as suas sessões, com paz, com harmonia espiritual e sobretudo com honestidade.

 

O que você precisa fazer, sempre, é pedir humildemente a Jesus – O Mestre de Justiça do Planeta Terra, a Sua mercê, através desses caboclos e desses pretos velhos, que você tanto invoca e que são também seus mensageiros...

 

E o que você deve fazer já é alertar os que estão cegos pela vaidade e pelo fanatismo destruidor, para que não caiam nos abismos dos fracassos e das quedas mediúnicas!.. .

 

Mostre-lhes certos panoramas do meio, cite exemplos e ajude aconselhando – cumpra a sua parte!

 

Diga-lhes que o médium – seja em que corrente for – é uma antena, sujeita as forças positivas e ao choque das negativas!

 

Olhe, você quer saber em pormenores como é que os médiuns baqueiam?

 

Quer saber quais são as três vias que os conduzem às mais desastrosas quedas? Pois então leia na outra página, e com muita atenção, o que ali se encontra*

 

* Já demos em nossa obra “Lições de Umbanda...” algo sobre isso; em “Mistérios e Práticas...”, fomos mais longe um pouco. Porém, recebemos tantos apelos para que rasgássemos mais os véus, pormenorizando mais ainda essa “espinhosa questão” que, agora, vamos ser mais claros e diretos. É preciso, é imperioso.

 

Fonte: Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda

Autor: W. W. da Matta e Silva