TEMPUS FUGIT

TEMPUS FUGIT

 

 

O tempo passa... e entre marchas e contramarchas o plano espiritual segue indômito na sua finalidade de esclarecimento e fomento da evolução planetária.

 

Falando especificamente da Umbanda (enquanto movimento religioso-metafísico-místico-ético-sociológico) essa evolução se operou de modo veemente quando das  lições de Pai Guiné de Angola, através de  seu médium, o Mestre  W.W. da Matta e Silva, na medida em que as lições contidas em seus livros, trazidas a ele por intermédio de seu mentor espiritual, tiveram, antes de ser publicadas, que ser pensadas, analisadas, estudadas e conceituadas e, a partir daí, passaram à posteridade por meio da literatura do Mestre.

 

O que se quer dizer é: houve, por parte de Matta e Silva, todo   um esforço científico, embasado em pesquisa, com metodologia visante a tornar “palatável” ou inteligível a nós outros, conceitos   de ética, metafísica/mística  e ciência formal que (temos a certeza em dizê-lo) nenhum outro médium teria o “fôlego” espiritual para alcançar, digerir e muito menos transmitir às mentalidades interessadas nos temas trazidos por Pai Guiné.

 

Pois bem, que tal arte só poderia ter sido realizada por um médium e pesquisador extraordinário, isso é fato inconteste... 

 

Mas não é esse o mote deste texto (ao menos, não à primeira vista), o cerne aqui é observar que Pai Guiné não perderia seu preciosíssimo tempo em trazer à lume conceitos inéditos sobre religião, metafísica, ciência e ética sem um mote, sem um motivo, o qual, certamente não poderia ser outro senão o fomento da evolução da massa umbandista, em tudo visando libertá-la das garras opressoras do mito, pai do fetichismo e irmão do animismo vicioso.

 

Antes que nos atirem pedras, necessita esclarecer o óbvio: ainda há os que vivem a religião debaixo do mito e não é nosso intuito ser juiz do karma de ninguém, mesmo porque, temos grandes amigos na dita Umbanda Popular, que vivem a fundo os processos mitológicos, estéticos e “tradicionais” sem embargo de sua vida mediúnica, posto que pautados na ética Cristã da caridade, humildade e amor fraterno, sendo, por isso, merecedores de nosso respeito, aplausos e augurios de sucesso na vida espiritual.

 

Mas cremos que não foi para esses que, por injunção dos seus karmas ou dos seus arraigamentos mento-espirituais afinados com o mito e com a visão “tradicional” da Umbanda que Pai Guiné escreveu...

 

Enfim, acreditamos que W. W. Da Matta e Silva, orientado por Pai Guiné, trouxe à lume os mais amplos conceitos religio-científicos atinentes à Umbanda (dentre inúmeras outras razões) com vistas a envergar (senão quebrar) a espada dos inescrupulosos de todos os tempos que, motivados pelo discurso mítico-fetichista, foram (e muitos ainda o são) algozes de corações e mentes, vez que montados na sela do cavalo bravio do mito usam (com maestria) o chicote do medo para mover (ao seu talante) as consciências que lhes ouvem as imprecações.

 

Pensemos que o mito traz junto de si e no seu cerne, tudo aquilo que não passa pelo crivo da razão e da lógica, evoca o  arquetípico, bruto, irracional, ligado ao mais profundo inconsciente e, assim, como um petardo, não dá tempo à razão, e, feroz, não deixa que a consciência se posicione racionalmente,  porque imersa no furacão do medo e, na maioria dos casos,  absorta no delírio do inconsciente coletivo do grupo, e, quando não, utilizada como meio de controle/via de agressão mento-espiritual, sempre sob a invocação da punição do “santo”, do “Orixá” e do indefectível Exu...

 

O poder do mito, do fetichismo, faz com que o pai-de-santo (os que assim agem, que fique claro!) adquira um poder avassalador, sustentado no evocatório diuturno (de cunho hipnótico) e auto-laudatório, se mostre como o “punho de ferro” do “orixá”,  enquanto intermediário entre ele e o reino dos homens.

 

Esse abuso, calcado no mítico, no fetichismo, no acientífico, afasta a  lógica, a razão e o amor, impondo em seu lugar o arrastamento à insânia, à ignorância e à ilogicidade que formam o substrato pútrido utilizado nos processos de “encegamento”, que sustentam todo o abuso de poder.

 

Assim, que fique claro, não somos contra os adeptos desta ou daquela prática, pois a liberdade é corolário máximo concedido pelo Alto para todas as consciências, sejam carnadas ou não (e nada somos para ir contra esses preceitos de liberdade).

 

O que temos a dizer é que o tempo urge, pois passa rápido e nos chama a observar que Pai Guiné, por meio de seu médium, W. W. Da Matta e Silva, trouxe, com ampla metodologia de ensino,  a ciência, a ética, a lógica, o entendimento franco do místico, do metafísico, sempre sustentado em um sentimento de fraternidade universal, amparado nos ensinos do Mestre dos Mestres, o Senhor Jesus, e, sempre, com vistas à libertação das nossas consciências (que em maior ou menor grau, ainda se encontram frágeis em face dos mais basilares e comezinhos preceitos de amor fraterno).

Concedeu-nos, por meio de sua doutrina, “armas” para brandir nessa luta e ferramentas certas para cultivo desse solo agreste, quais sejam essas “armas” e ferramentas, a lógica, a razão e o amor.

 

A fé raciocinada que Pai Guiné e Matta e Silva descortinaram é a luz que clareia qualquer escuridão, pois se sustenta no ditame de Nosso Senhor “conhecereis a verdade e ela vos libertará”.

 

E, a Umbanda, enquanto movimento de libertação de consciências, tem nessa grande doutrina, as chaves para a amplificação de nossa consciência, nossa libertação de todo jugo e, sobretudo, o sustento para fazermos o melhor a fim de que, no tempo de Deus, a Aruanda (um dia) seja aqui.

 

Santa Paz!

 

Fornari