Casos e Coisas de Umbanda Caso H

Casos e coisas de Umbanda. Caso H.

Extraído do livro Umbanda e o poder da Mediunidade de W.W. da Matta e Silva.

 

Outro caso de disciplina astral, por desobediência do seu médium.

 

Para que o leitor compreenda por que estamos tão a par de tantas coisas do meio umbandista, é bastante informarmos que temos levado nossa vida metido nisso, vendo tudo, pesquisando tudo e que conhecemos centenas de terreiros, não só daqui da cidade e todo estado do Rio d Janeiro, como de vários Estados do brasil...

 

E temos também, por força dos simpatizantes de nossa Escola (nossas obras), um vasto serviço de informações espontâneas, quase que de todas as partes do Brasil, por onde nossos livros são difundidos, há anos...

 

Agora vamos relatar o caso de um médium, também mulher, talvez sem par até o momento, no setor umbandista.

 

Esse médium era uma mulata, senhora viúva, sem filhos, baiana de nascimento e que tinha o orgulho de haver nascido em pleno meio dia, e dentro da Igreja do Senhor do Bonfim, da Bahia!

 

Para nós, foi um dos mais raros e perfeitos aparelho de incorporação, na fase de inconsciente, que já vimos. Além disso, tinha mais um dom extraordinário; a faculdade mediúnica de um tipo de transporte, pelo qual fazia objetos virem de lugares distantes os quais eram retirados pelas entidades do médium, pela sua boca...

 

Era assistida principalmente por duas entidades que se identificavam como Caboclo Cipriano e Tupãzinho (Yori, criança).

 

Os que assistiram às sessões desse médium convenceram-se das maravilhas produzidas pela mediunidade dessa Senhora B. Tinha, como frisamos esse dom de acréscimo, o transporte, e suas entidades protetoras eram de tal força, de tal conhecimento, que por inúmeras vezes, atendendo dos mais simples aos mais complexos pedidos, produzindo a materialização de flores e outros objetos no recinto da sessão, tudo visto a, “olho nu” todo mundo via, recebia e levava para casa...

 

Dentre os vários casos de que tomamos conhecimento, vamos relatar apenas esses: uma pessoa com quem mantive relações deve possuir ainda uma “guia ou colar” que o Caboclo Cipriano, numa sessão, mediante pedido dessa pessoa, foi buscar no Rio Amazonas, em local onde sabia encontrarem-se muitas, provenientes das primitivas tribos que por ali existiram.

 

Para realizarem o transporte, sentavam o médium no chão, inclinando-lhe o rosto bem para trás como para deixa-lo adormecido, e desincorporavam, para voltarem quinze, vinte minutos após (incorporando-se, é claro), dizendo; “Podem receber”...

 

Então abriam a boca do médium e tiravam o objeto (colar, flores, ervas e outras coisa mais)...

 

Para quem nunca viu semelhante coisa, parecerá irreal, fantástico, ficção.

 

Não importa o que possam pensar. Se quiséssemos, ou se houvesse conveniência, poderíamos citar muitas pessoas que ainda tem esses objetos.

 

Uma pessoa que ainda matemos relações, também mereceu um colar, trazido de longe, pelo transporte.

 

Então aquela entidade criança, de nome Tupãzinhos (Yori), fazia as coisas mais incríveis desse mundo incorporado no médium.

 

Inúmeras vezes, nas sessões a que comparecia, dava de brincar de esconder e apagar luzes, apenas estando os dedos.

 

Mas o caso que mais nos impressionou foi relatado por diversas testemunhas oculares:- -- um cidadão judeu tinha um tio que, falecendo, deixou-lhe sua fortuna. Mas certo documento, por uma circunstancia qualquer, fora enterrado com o defunto dentro do bolso do paletó.

 

É possível ao leitor imaginar a tremenda aflição que se apoderou do judeu, diante dessa situação? O homem se lastimava, se desesperava, andando de “ceca e meca”, ( foi a muitos lugares) diante da possibilidade de perder a herança, por ter ficado sem meios de comprovar seus direitos.

 

Alguém o levou à sessão de dona B, em desespero de causa, na esperança de um “milagre” qualquer.

 

O cidadão judeu não acreditava em coisa alguma relacionada com isso, mas foi à sessão e, acerta altura, falou com Tupãzinho sobre sua questão.

 

A criança, (Tupãzinho), incorporada riu, brincou e disse ao judeu que ia ver o que podia fazer. Subiu (desincorporou) e voltou uns minutos depois, dizendo que ainda tinha jeito, mas que providenciassem bastante canfora para o ambiente, porque o “embrulho dos papé” vinha com mau cheiro.

 

Aqui é que foge completamente de toda literatura conhecida sobre fenômenos de transporte e materialização, visto casos assim serem incomuns.

 

O fato é que essa entidade criança, ( Yori) Tupãzinho, depois que viu o ambiente saturado de canfora, disse que ia buscar a papelada. E foi.

 

Dentro de alguns minutos, ei-lo de volta e... Começou a tirar pela boca do médium (sistema comum de transporte e de materializar coisas e objetos usados pelas entidades) a tal papelada que já exalava realmente fétidos odores.

 

Logo foi posta, de mistura com pedras de canfora, numa corrente de ar. Depois foi entregue ao interessado.

 

Era de ver a excitação do judeu, pois logo reconheceu, pela capa cinzenta de um dos documentos, os papeis que julgava irremediavelmente perdidos.

 

O homenzinho tremia, chorava sem controle, tal emoção. Mas voltando a si, quase sem palavras para agradecer, saiu às tontas em busca de sua herança.

 

Descrevemos essas coisas para mostrar aos leitores a beleza que era a mediunidade dessa senhora B e para contar agora como perdeu tudo isso, e como também os crentes de seus trabalhos ficaram sem benefícios dessa sua extraordinária faculdade.

 

Como dissemos no inicio, essa senhora B era viúva, sem filhos, tinha uma vida calma, até com relativo conforto, todos os seus filhos de fé a ajudavam.

 

Tudo ia nesse pé, quando surgiu na vida de dona B um candidato a seus amores, pois era ainda bem sacudida e vivia solitária. Nada mais justo, pois, que ela desejasse um companheiro...

 

Caboclo Cipriano, inteirando-se da situação, alertou seu aparelho para a inconveniência da ligação com “aquela pessoa”, mas não obstante esse e outros avisos, dona B não abandonou a pretensão, e caboclo disse que não ia forçar seu livre arbítrio, de vez que nem o próprio Oxalá assim fazia, isto é, não podia nem devia cercar a livre manifestação emocional e sexual de seu aparelho.

 

Porem chamou o candidato à mão do aparelho e fez-lhe ver umas tantas coisas, inclusive que não interferisse de forma alguma na função mediúnica de seu aparelho.

 

O candidato, senhor D, profundamente ignorante dos assuntos espiriticos, nos primeiros meses não se intrometeu diretamente, mas se notava que não estava vendo aquilo com bons olhos.

 

Parecia ter um ciúme doentio de dona B, em relação com as pessoas que giravam em torno de seus trabalhos.

 

Assim começou a forçar dona B a acabar com aquilo. Ela foi se deixando convencer e foi espaçando as sessões, até que, numa certa sessão, Caboclo Cipriano decidiu à parada.

 

Chamou o companheiro de dona B e a pessoa de maior confiança dela, a questão assim definida:

 

Para o senhor D (o companheiro) disse que, “se caboclo não podia mais montar seu cavalo, também ele não iria mais monta-lo”... E mandou que escolhesse de vez, pois, ou continuava com as sessões, ou levaria seu aparelho “oló”(desencarnar).

 

Para ela --- seu aparelho --- deixou o seguinte e ultimo aviso: “ou continuaria com as sessões, de qualquer maneira, mesmo que tivesse que se separar do senhor D, ou podia contar que caboclo ia leva-la “oló” isto é, iria desencarna-la.

 

Dona B empolgada com esse amor, pouca atenção deu a caboclo, talvez influenciada pelo companheiro.

 

Passaram-se uns três meses, quando correu a noticia de que dona B estava muito doente...

 

Alguns de seus filhos de fé compreenderam o caso e tudo fizeram para obter “malei” (perdão) do caboclo, para dona B. Não houve jeito. Ela desencarnou, cumprindo-se o que havia dito a sua entidade responsável. Nem ele, caboclo, nem o companheiro dela, senhor D, montariam mais o “cavalo”... “nem de um jeito nem de outro”...

 

Entretanto, o caso não ficou encerrado apenas nisso. O ex. companheiro do médium, após uns meses desse acontecimento, foi colhido por um carro e ficou aleijado das suas pernas. Ainda relacionado com esse caso, vamos revelar mais o seguinte:  esposa do Sr. A, que tinha especial devoção por Tupãzinho, desejou, por nosso intermédio, fazer uma oferenda festiva a essa entidade criança,(Yori) de doces e outras coisas mais, como um preito de saudade, de devoção.

 

No dia dessa oferenda, dessa distribuição de doces em louvor de Tupãzinho, em nossa tenda, quisemos salva-lo com um ponto adequado, fora dos mais conhecidos e já batidos, mas nada nos vinha à ideia, quando subitamente, ouvimos um cântico penetrar nossa audição.

 

Logo compreendemos ser Tupãzinho que cantava e o fomos repetindo alto, e todos acompanhavam assim...

 

Tupã, olha seu Tupãzinho

Que desce lá do céu azul

Trazendo a Luz de Oxalá

 Aqui pra dentro do conga...

 

Não faremos comentários sobre a dita disciplina imposta pela entidade caboclo, nesse caso, visto já termos explicado antes essa questão de responsabilidade mediúnica, de “ordens e direitos de trabalho, de carta branca etc”...

Apenas finalizaremos dizendo já testemunhamos dezenas de casos disciplinares sobre aparelhos, de todos os modos e que a Corrente Astral de Umbanda é coisa seria... “brinca com fogo quem quer”...